Voto mais por respeito ao passado do que por crença no futuro. Há, contudo, uma chocante novidade neste acto eleitoral: a generalizada banalização do mal, tornando-se corriqueiro um discurso racista, xenófobo.
No deserto actual, ir votar não é um exercício de cidadania plena. É um mero acto de respeito pelo passado. E a culpa é de todos nós. Dos que nos dizem representar e dos que lhes permitem tal. Talvez valha a pena pensar nisto.
Neste ano, a minha única decisão é manter-me fiel ao que acredito e não me deixar embarcar em cânticos doces. Posso não saber qual é a solução mas a História tem ensinado que caminhos não devemos voltar a trilhar.
Para além da curiosidade mórbida que desperta um ser que anda, confessadamente, a gozar com um sistema, não vi ninguém assumir que a grande abertura da CNN pouco ou nada tinha de verdadeira informação.
Não há Direito sem Justiça e não há Justiça sem Advogados. Resta saber se podem existir verdadeiros advogados, livres como têm sido, apesar de tudo, sem uma Ordem e sujeitos a um funcionalismo que não é admissível num Estado de Direito.
A percentagem de afluência às urnas e da abstenção tem que merecer fundada atenção. Esta, pelo menos em parte, explica-se pelo comportamento de uma elite política que, em vez de procurar servir o povo, se limita a orientar-se a si mesma.