Continuamos a assistir a despedimentos em massa com um ar impávido, mesmo quando se sabe que os trabalhadores estão a pagar uma factura do que não fizeram.
Em vez de andar o discutir o futuro de Centeno, prefiro pensar naqueles que, estando até à pandemia, numa situação de precariedade, ficaram numa situação apocalíptica depois do confinamento.
Fazemos de conta que não vemos as filas das distribuições de comida, numa manifestação de pobreza envergonhada. Desviamos o olhar na expectativa de, um dia, não estarmos ali e fingimos que não está a acontecer.
Os vínculos laborais precários tornam-se gritantes, quer perante os montantes previstos para os respetivos apoios, quer pela facilidade com que essas pessoas ficam numa situação de total desproteção.