Hoje, o comércio de usados é profissional, transparente, competitivo — e, mais importante, é um negócio desejado. A rentabilidade média supera a das viaturas novas, e o volume de transações também.
Tal como na política, a transição energética e a mobilidade sustentável não se constroem com fanatismos nem com certezas absolutas. Precisam de equilíbrio, de análise racional, de escuta mútua e de espaço para as matizes.
O desafio de fundo é a enorme dificuldade do setor em atrair e reter as novas gerações, o que resulta num paradoxo: um setor com procura, potencial e negócio, mas sem pessoas.
Europa, China e Estados Unidos lutam não só pela liderança tecnológica, mas também pelo controlo da próxima era da mobilidade. Neste contexto, é legítimo perguntar: estaremos todos nós preparados?
O gesto quotidiano de pegar no carro e enfrentar o trânsito poderá tornar-se obsoleto. E com isso, paradoxalmente, a condução poderá voltar a ser aquilo que foi para muitos antes de ser obrigação: prazer.