Será possível, na Europa Ocidental de hoje, defender uma sociedade assente no paradigma do autoritarismo, centrada na figura do “chefe”, em que se promovem princípios que representam um verdadeiro retrocesso civilizacional?
É triste que se continuem a fazer programas políticos sem se fazer um balanço real da situação do país, nem se reflectir sobre o que queremos que seja o futuro e como lá chegar.
O problema das campanhas negativas e pessoalizadas é que, para além de serem desinteressantes, acabam por conduzir à eleição não do melhor candidato, mas sim daquele que mais portugueses consideram o menos mau.
Muito será dito, mas não será esclarecido como é que as estatísticas oficiais podem ser confiáveis quando, ao mesmo tempo, se admite que uma parte substancial da economia, que pode ser da ordem dos 35% do PIB, não é declarada.
Uma das razões para termos chegado aqui é a opção do Presidente da República de ter alterado a natureza da eleição parlamentar, defendendo que se trata da eleição do primeiro-ministro.
O problema será compatibilizar a urgência em obter soluções exequíveis e praticáveis com a necessidade de salvaguardar a estabilidade, representatividade e democraticidade da configuração institucional da UE.