Para mim, tentar fazer política sem ideologia é o mesmo que tentar fazer economia só com contabilidade – falta a visão estratégica condutora da actividade.
As medidas de prevenção limitadoras da liberdade devem ser a excepção, porque a acusação não equivale a culpa, nem a condenação. E os excessos devem ser combatidos, não justificados.
Para além de factoides isolados, não existe um verdadeiro diagnóstico da situação de partida, nem se discute a sociedade que queremos, ou como lá chegar.
Esclarecedor seria discutir como alterar o paradigma fundamental do desenvolvimento do país, assente na lógica dos baixos salários e na produção de baixo valor acrescentado.
O quadro actual está a tender para a criação de um cenário de judicialização da política, que é pelo menos tão indesejável como o de politização da Justiça.
Há uma alteração fundamental dos equilíbrios herdados da II Guerra Mundial e do desmembramento do Pacto de Varsóvia e da União Soviética. As guerras no Médio Oriente e na Ucrânia são manifestações dessa evolução.