Os velhos hábitos do passado e a cultura enraizada na nobreza eduardista não permitiram compreender que a nova metanarrativa política obrigava o actor principal a ir para além das falas encenadas.
Quanto mais condicionalismos enfrentar a estratégia de poder de João Lourenço maior será a preservação dos interesses de certos grupos do passado. O presidente poderia evitar esses mesmos condicionalismos celebrando um novo pacto político amplo e fora da estrutura do MPLA.
O futuro em África deixará de soar incerto quando o sujeito africano passar a ser mais relevante nas apreciações do potencial africano, por oposição aos recursos naturais ou riquezas.
Decorridos tantos anos das independências africanas, observa-se que a geração da utopia deixou de ser capaz de produzir novas narrativas utópicas. Somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas.
Perante o triunfalismo do activismo no século XXI, impõe-se a seguinte reflexão: teremos de ser todos activistas para podermos exercer os nossos direitos em África?
É, de facto, no estilo de fazer política que se nota uma diferença significativa entre João Lourenço e José Eduardo dos Santos, referidamente na comunicação política.