Os valores morais dos algoritmos científicos que sustentam esta nova era da eficiência serão sempre os dos seus criadores, que só casualmente irão coincidir com os princípios com que o conjunto da sociedade decidiu governar-se.
Estamos perante uma genial metamorfose das relações de produção, em que milhões de pessoas não cobram ordenado nenhum, mas dedicam uma boa parte do seu tempo a gerar dividendos para os gigantes tecnológicos. É a economia da atenção, superficial e caricatural.
Às vezes penso que os jovens passam tanto tempo a olhar para os telemóveis porque o mundo que lhes estamos a deixar é capaz de não ser assim tão bom, sem crianças, sem dinheiro e sem tempo.
É verdade que, depois de Tiananmen, o capitalismo salvou a China, mas também é justo reconhecer que, depois da crise de 2007, tem sido a China a salvar o capitalismo global.
A procura desenfreada de novidades nas nossas vidas é adornada de uma componente de sofisticação que tenta esconder o que habitualmente não ultrapassa a banalidade.