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Avarias impedem Portugal de controlar a qualidade da água proveniente de Espanha

Especialistas falam no funcionamento deficiente de equipamentos de monitorização. Maioria das 29 estações hidrométricas ao longo do Tejo não possuem qualquer tipo de registos sobre o caudal do rio.
5 Novembro 2019, 08h46

As avarias nas estações de monitorização estão a impedir Portugal de avaliar a qualidade e quantidade dos caudais dos rios, em particular do Tejo proveniente de Espanha.

Com a quantidade a estar diretamente relacionada com a qualidade, os baixos níveis dos caudais levam a que os sistemas estejam em stress hídrico, com os especialistas a darem conta do funcionamento deficiente dos equipamentos de monitorização, segundo escreve a edição do “Jornal de Notícias” desta terça-feira, 5 de novembro.

Numa conferência realizada na última semana pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH), a investigadora do Instituto Superior Técnico, Maria Manuela Portela, demonstrou que a maioria das 29 estações hidrométricas ao longo do rio Tejo não tinham qualquer registo sobre o caudal do rio. Um alerta que também é deixado ao “JN” pela presidente da APRH, Susana Neto.

“Muitas estações hidrométricas, que medem os caudais, não estão a funcionar na bacia do Tejo. Na qualidade ainda é pior, porque são estações mais sofisticadas, que também não funcionam ou não medem tudo o que deviam medir”, refere a presidente da associação.

Estas preocupações ganham maior dimensão, dado que o Governo português se prepara para “cobrar” caudais mínimos diários a Espanha, o que leva Susana Neto a perguntar, “o que vamos dizer aos espanhóis? Há aqui um grande embrulho, não é insolúvel, mas exige investimentos, que deixaram de ser feitos aquando do período de austeridade”.

Para 2027 está traçada a meta entre Portugal e os restantes estados-membros para alcançar o nível de Bom estado para todas as massas de água. Atualmente, este valor encontra-se nos 53%.

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