As avarias nas estações de monitorização estão a impedir Portugal de avaliar a qualidade e quantidade dos caudais dos rios, em particular do Tejo proveniente de Espanha.
Com a quantidade a estar diretamente relacionada com a qualidade, os baixos níveis dos caudais levam a que os sistemas estejam em stress hídrico, com os especialistas a darem conta do funcionamento deficiente dos equipamentos de monitorização, segundo escreve a edição do “Jornal de Notícias” desta terça-feira, 5 de novembro.
Numa conferência realizada na última semana pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH), a investigadora do Instituto Superior Técnico, Maria Manuela Portela, demonstrou que a maioria das 29 estações hidrométricas ao longo do rio Tejo não tinham qualquer registo sobre o caudal do rio. Um alerta que também é deixado ao “JN” pela presidente da APRH, Susana Neto.
“Muitas estações hidrométricas, que medem os caudais, não estão a funcionar na bacia do Tejo. Na qualidade ainda é pior, porque são estações mais sofisticadas, que também não funcionam ou não medem tudo o que deviam medir”, refere a presidente da associação.
Estas preocupações ganham maior dimensão, dado que o Governo português se prepara para “cobrar” caudais mínimos diários a Espanha, o que leva Susana Neto a perguntar, “o que vamos dizer aos espanhóis? Há aqui um grande embrulho, não é insolúvel, mas exige investimentos, que deixaram de ser feitos aquando do período de austeridade”.
Para 2027 está traçada a meta entre Portugal e os restantes estados-membros para alcançar o nível de Bom estado para todas as massas de água. Atualmente, este valor encontra-se nos 53%.
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