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Balança de pagamentos com saldo negativo de 772 milhões de euros até junho

De acordo com os dados, as exportações de bens e serviços apresentaram uma variação homóloga de 26,3%, decorrente principalmente da evolução nos serviços (38,4%) e, em menor medida, nos bens (22%). No entanto, as exportações de serviços não superaram as do mesmo mês em 2019.
18 Agosto 2021, 11h21

O saldo conjunto da balança corrente e de capital, até junho de 2021, situou-se em -772 milhões de euros, o que compara com -1.269 milhões de euros registado no mesmo período de 2020, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira, 18 de agosto.

O gabinete do BdP sustenta ainda que os défices observados nas balanças de bens e de rendimento primário superaram os excedentes das balanças de serviços, rendimento secundário e de capital.

Nos primeiros seis meses do ano, o défice da balança comercial aumentou, em comparação com o período homólogo de 2020. Segundo o BdP, a redução do défice da balança de bens, que se fixou em 990 milhões de euros, foi inferior ao decréscimo do excedente da balança de serviço, que se situou em 1.239 milhões de euros, que foi maioritariamente justificado pela descida acentuada do saldo de viagens e turismo, cujo montante foi de 845 milhões de euros.

De acordo com os dados, as exportações de bens e serviços apresentaram uma variação homóloga de 26,3%, decorrente principalmente da evolução nos serviços (38,4%) e, em menor medida, nos bens (22%). No entanto, as exportações de serviços não superaram as do mesmo mês em 2019.

Por outro lado, as importações de bens e serviços aumentaram 32,6% (31,6% nos bens e 37,8% nos serviços). O saldo das viagens e turismo registou um aumento de 252 milhões de euros, resultante de um crescimento de 117,3% nos créditos e de 63,4% nos débitos, embora as exportações e as importações de viagens e turismo permaneçam bastante abaixo dos níveis pré-pandemia.

Ainda nos primeiros seis meses do ano, o défice da balança de rendimento primário diminuiu 179 milhões de euros face ao período homólogo para 1.772 milhões de euros, tendo esta redução sido justificada “pelo menor pagamento de juros ao exterior”.

“O excedente da balança de rendimento secundário aumentou 743 milhões de euros, devido, principalmente, ao acréscimo dos fundos europeus recebidos sob a forma de cooperação internacional corrente. O excedente da balança de capital diminuiu 176 milhões de euros, em consequência da redução das ajudas ao investimento recebidas da União Europeia. Contudo, em termos globais, verificou-se um aumento dos fundos europeus recebidos”, revela o gabinete.

O gabinete acrescenta ainda que, até junho de 2021, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 233 milhões de euros. “Este decréscimo deveu-se, sobretudo, ao aumento dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema, das empresas portuguesas face a não residentes, das administrações públicas e devido ao empréstimo obtido no âmbito do programa SURE, em maio”.

Em sentido contrário, observou-se um aumento de ativos, através do investimento do setor financeiro em fundos de investimento não residentes e em títulos de dívida emitidos por entidades da União Monetária.

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