Com as obrigações soberanas a pagarem yields negativas ou próximas de zero, é no investimento em ações que se poderão encontrar retornos financeiros. Esta parece ser a opinião de José Miguel Calheiros, diretor de gestão de ativos do Bankinter.
“Num contexto de taxas de juro muito baixas – incluindo nos E.U.A.-, a expansão dos múltiplos de mercado tem permitido ganhos adicionais (tome-se a performance deste ano como exemplo), devido também ao impacto dos programas de recompra de ações que muitas empresas norte-americanas têm implementado nos últimos anos, devolvendo capital aos acionistas à custa de endividamento – a custo muito baixo – e menor reinvestimento dos cash-flows“, explicou José Miguel Calheiros.
O diretor de gestão de ativos do Bankinter salienta que as ações norte-americanas “estão no bull market mais longo de sempre”, desde março de 2009. A razão prende-se essencialmente com “o crescimento sustentado dos lucros por ação nos últimos dez anos, que tem acompanhado a performance em preço das ações”, disse José Miguel Calheiros.
A conjuntura económica deverá “deve suportar ganhos adicionais nos próximos meses, em linha com o crescimento esperado dos lucros por ação em 2020”, revelou José Miguel Calheiros, devido à “perspetiva de uma recuperação cíclica do crescimento do PIB mundial, tendo por base uma trégua na guerra comercial EUA-China, em 2020 e a manutenção de taxas de juro muito baixas em todo o mundo”.
José Miguel Calheiros considera que no médio e no longo prazo, os setores de atividade económica que gerarão mais retornos aos investidores são “os setores mais cíclicos da economia”: banca e as indústrias automóvel e petrolífera e materiais. E justifica explicando que “do ponto de vista do preço a pagar pelos seus lucros, que está muito barato face aos restantes setores, e tendo em conta também o sub-desempenho massivo registado nos últimos anos face às ações momentum ou growth.
O diretor da gestão de ativos do Bankinter antecipa que as taxas de juro continuarão negativas na zona euro “pelo menos durante mais um par de anos”. Mas defende que “tudo depende da conjugação das vontades políticas dos estados Membros para utilizarem a alavanca fiscal e ou orçamental (os que podem) e iniciar ou continuar com as reformas estruturais (os que devem), que promovam o aumento da competitividade da Zona Euro como um todo”.
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