[weglot_switcher]

Banca brilha nas bolsas da Europa. BCP dispara quase 4%

A marcar a performance dos mercados de capitais europeus estiveram as declarações de Mario Draghi. O BCE está disposto a adiar ainda mais um aumento planeado das taxas de juro. Os juros da República portuguesa caem depois de défice histórico. Mas dívida alemã também cai.
Reuters
27 Março 2019, 17h23

A Banca europeia terminou com ganhos perante notícias de que o BCE poderá aliviar os custos de depósitos.

Por cá o BCP valorizou 3,81% para 0,2291 euros. O que ajudou a levar o PSI 20 para terreno positivo, a subir 0,46% para 5.168,8 pontos, numa performance acima de algumas das principais praça europeias.

As ações da Pharol subiram 2,25%, no dia em que a Oi reportou os seus resultados.

A Sonae valorizou 1,85% para 0,934 euros e a Altri subiu 1,18% para 6,84 euros na panóplia de 10 títulos no verde.

Em terreno negativo a líder foi a empresa liderada por Francisco Lacerda. Os CTT caíram -1,47% para 2,55 euros; seguiu-se a Jerónimo Martins que perdeu -1,45% para 12,91 euros e a Mota-Engil que deslizou -1,22% para 2,03 euros.

O Presidente executivo, António Mexia, referiu ontem à margem do Energy Startups Matchmaking Day que a decisão sobre o plano de venda de ativos da empresa na Península Ibérica anunciado recentemente ainda não está tomada. A EDP (+0,43%) não reagiu de forma significativa.

 

As praças europeias encerram sem sentimento definido, condicionadas pela queda dos índices nova-iorquinos. O EuroStoxx 50 subiu 0,08% para 3.322 pontos.

O FTSE caiu 0,03% para 7.194,2 pontos, em dia de mais uma discussão do Brexit. Já o índice da bolsa francesa caiu 0,12% para 5.301,24 pontos. O Dax fechou flat nos 11.419 pontos; o FTSE MIB subiu 0,26% para 21.194,19 pontos e o holandês AEX caiu 0,04%. O vizinho IBEX fechou em alta de 0,51% para 9.229,9 pontos.

“Os investidores continuam atentos à evolução do mercado obrigacionista, nomeadamente à distorção da estrutura de taxas de juro nos EUA, reflexo dos receios do abrandamento económico mundial”, escreve Ramiro Loureiro, Analista de Mercados, do Millennium investment banking.

“Nota também para o setor automóvel que encerrou animado com os rumores de consolidação entre a Renault/ Nissan/ Fiat-Chrysler. A queda do setor tecnológico ficou marcada pelo profit warning da Infineon, que contagiava também o setor de semicondutores em Wall Street”, refere o mesmo analista.

Também o analista do BPI diz que o sector automóvel foi outro dos setores a apresentar uma overperformance relativa. “Segundo o Financial Times, a Renault estaria a estudar uma fusão com a Nissan e a Fiat Chrysler. Embora esta possibilidade já tenha vindo a ser abordada pelos investidores, para já não existe qualquer notícia oficial. As ações da Fiat subiram mais de 2%”, diz a equipa do BPI. “Em Frankfurt, a Merck recuou ligeiramente, depois da notícia de que lançou uma OPA hostil sobre a empresa química americana Versum Materials por 5.900 milhões de dólares”, refere o BPI.

A marcar a performance dos mercados de capitais europeus estiveram as declarações de Mario Draghi que esclareceu que o TLTRO III (operações de financiamento de prazo alargado à banca) pretende “preservar as condições favoráveis de financiamento dos bancos e manter uma transmissão eficiente da política monetária através da banca”. Além disso, Drgahi disse que as suas decisões “garantem que a orientação da política mantém-se acomodatícia face ao outlook de crescimento mais fraco. E o ajustamento dos restantes parâmetros do TLTRO III irão refletir a evolução das condições macroeconómicas”.
De acordo com a Reuters, o BCE está disposto a adiar ainda mais um aumento planeado das taxas de juro, se for necessário, e pode procurar medidas para mitigar os efeitos colaterais das taxas de juro negativas.

Desta forma,  BCE colocou em espera os planos para “normalizar” a política monetária, oferecendo aos bancos uma liquidez ainda maior e atrasando uma subida nas taxas de mínimos recorde, até ao ano que vem.

O petróleo está em queda depois das subidas de ontem. O Brent em Londres cai 0,31% para 67,76 dólares e o crude WTI cai 1,05% para 59,31 dólares.

O euro cai ligeiramente -0,01% para 1,1265 dólares.

No mercado de dívida, as bunds alemãs caem 6,6 pontos base para um juro negativo de 0,081%. Portugal, depois de ter apresentado um défice do ano passado de 0,5% do PIB, abaixo da previsão do Governo e das melhores expectativas do ministro das Finanças que em fevereiro tinha apontado para 0,6% do PIB, também foi presenteado com a queda dos juros. As OT a 10 anos no mercado secundário caem 3,3 pontos base para 1,259% e Espanha com os juros em queda também de 3,6 pontos base para 1,056% e por fim Itália tem os juros em queda de 1,4 pontos base para 2,453%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.