[weglot_switcher]

Banco CTT alvo de ‘phishing’. Clientes lesados fazem queixa

Há clientes lesados a fazerem queixa às autoridades. Confrontado o banco responde que “o caso reportado é um dos casos de esquema fraudulento para aceder aos códigos dos clientes e está explicado no site do Banco CTT”.
4 Janeiro 2023, 22h02

Alguns clientes do Banco CTT estão a fazer queixas do banco liderado por Luís Pereira Coutinho ao Banco de Portugal, ao Portal de Queixa, às autoridades policiais e à Deco, porque foram alvo de phishing. O phishing é uma forma popular de cibercrime, que afecta em especial os clientes bancários.

Confrontado o banco detido pelo CTT – Correios de Portugal reconhece que “nos últimos anos tem havido vários esquemas de fraude no sistema bancário, nos quais são criados por terceiros mecanismos artificiosos para enganar os clientes para que estes forneçam todas as credenciais e os códigos de acesso, criando a aparência de que estão a aceder aos canais digitais disponibilizados pelas suas instituições bancárias”.

“Estes esquemas de phishing abrangem a generalidade dos bancos que são totalmente alheios a estas práticas fraudulentas”, diz a instituição que avança que no Banco CTT “os casos conhecidos são publicados no site”.

Uma cliente lesada pelo esquema, diz que “desde meados de dezembro a linha de defesa do serviço Homebanking do Banco CTT tem vindo a causar graves danos patrimoniais num conjunto de clientes, que acedem ao serviço, efetuam as suas transações, terminam a sessão e posteriormente ‘alguém’ lhes retira por transferências a totalidade dos seus saldos, incluindo das contas poupança, sem qualquer intervenção ou validação dos clientes titulares das contas, para contas no próprio Banco CTT, e noutros bancos, com titulares desconhecidos e que o Banco CTT quando questionado nega o acesso a saber quem são esses beneficiários e como essas transferências foram efetuadas sem a nossa intervenção”.

O Banco CTT garante, em resposta ao Jornal Económico, que “não registou qualquer falha de segurança nas suas plataformas digitais, sejam o homebanking ou a mobile app”.

“As plataformas digitais do Banco CTT são protegidas por sistemas de segurança robustos, pautando-se por exigentes critérios de segurança e qualidade de serviço, de acordo com as melhores práticas recomendadas, designadamente, em matéria de cibersegurança, e são alvo de auditoria periódica”, assegura o banco.

O banco diz ainda que “o caso reportado é um dos casos de esquema fraudulento para aceder aos códigos dos clientes e está explicado no site do Banco CTT” .

A cliente refere que o Banco CTT, “perante os pedidos de esclarecimentos escuda-se em respostas ‘chapa cinco’ e nada faz para reparar os danos causados pela sua incompetência na garantia da segurança dos clientes que estão lesados em muitos milhares de euros”.

O Banco CTT não esclareceu se vai desencadear mecanismos para ressarcir os clientes. Também o Banco de Portugal, questionado, não respondeu.

Os lesados têm apresentado queixas ao Banco CTT, às autoridades policiais, ao Banco de Portugal, no livro de reclamações eletrónico cujo supervisor é o Banco de Portugal, no Portal da Queixa, na Deco, e dizem que na parte que se refere no atendimento ao cliente o Banco CTT, “até ao momento nada respondeu, esclareceu, ou desenvolveu para restituir os montantes que nos foram fraudulentamente retirados com a sua colaboração. Nem tão pouco têm avisado os clientes desta falha gravíssima, potenciando assim que diariamente o número de vítimas aumente”.

O Banco CTT conclui dizendo que “adicionalmente mantém uma prática recorrente de explicar aos seus clientes como se devem proteger deste tipo de esquemas, recomendando como se deverá proceder ao acesso ao serviço de homebanking e à instalação (download) da app”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.