No contexto da Covid-19 e ao abrigo do regime especial de auxílio proporcionado às famílias e às empresas, o Grupo Banco Montepio concedeu 38 mil moratórias que totalizaram 3,2 mil milhões de euros com referência a 31 de dezembro de 2020, anunciou o banco em comunicado. A instituição destaca “a adesão através de um processo inovador, 100% digital e em apenas quatro passos”.
As moratórias de crédito têm estado no centro do debate público, por causa do risco de conversão em crédito malparado, numa altura em que as moratórias em Portugal representam 22% do crédito total.
A consultora Roland Berger estima que o crédito malparado em Portugal vai aumentar entre 14 mil milhões e 21 mil milhões de euros, num estudo divulgado pelo Jornal Económico.
A Roland Berger prevê que entre 30% e 45% do “stock” de crédito em moratória possa entrar em incumprimento “no término do período”. Isto representa um aumento do rácio de crédito malparado entre 5 e 7 pontos percentuais, para 10% a 12%. Esta medida de apoio está, atualmente, em vigor até setembro de 2021.
A consultora parte dos dados do Banco de Portugal, de que o sistema bancário português tem 46 mil milhões de euros em moratórias. No Relatório de Estabilidade Financeira divulgado em dezembro, o supervisor estima que até setembro de 2021, quando se prevê que terminem as moratórias, os bancos deixem de receber 11 mil milhões de euros em prestações dos clientes empresariais e dois mil milhões das famílias, o que perfaz um total de 13 mil milhões de euros.
A previsão da Roland Berger é mais pessimista do que a do Banco de Portugal.
Em setembro de 2020, 32% dos empréstimos a empresas (24,4 mil milhões de euros) e 17% dos empréstimos a particulares estavam em moratória, a proporção mais elevada em toda a União Europeia.
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