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Bancos anteveem deterioração do acesso ao mercado de dívida e mercado monetário

Já sobre o impacto dos rácios de créditos não produtivos dos bancos, o inquérito revela que nos primeiros seis meses d ano houve um ligeiro contributo dos rácios de NPL para tornar os critérios de concessão do crédito ao consumo e outros fins mais restritivos, relacionado com requisitos regulamentares e prudenciais e com a tolerância a riscos. 
25 Julho 2023, 13h09

O Banco de Portugal divulgou os resultados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito referente a julho 2023. Nele são abordados os dados sobre o financiamento a retalho e por grosso. Assim, nos últimos três meses (abril, maio e junho) houve uma ligeira deterioração do acesso a financiamento através de títulos de dívida de médio a longo prazo negociados por grosso e, em menor grau, do mercado monetário interbancário sem garantia e da titularização de empréstimos a empresas.

Para o terceiro trimestre a expetativa é que haja uma “muito ligeira” deterioração do acesso a financiamento através de títulos de dívida de médio a longo prazo e do mercado monetário interbancário sem garantia e, em sentido oposto, muito ligeira melhoria do financiamento através de depósitos de curto prazo.

Já sobre o impacto dos rácios de créditos não produtivos dos bancos, o inquérito revela que nos últimos seis meses (de janeiro a junho) houve um ligeiro contributo dos rácios de NPL para tornar os critérios de concessão do crédito ao consumo e outros fins mais restritivos, relacionado com requisitos regulamentares e prudenciais e com a tolerância a riscos.

Para os próximos seis meses, são esperados impactos, de um modo geral, semelhantes, mas ligeiramente mais acentuados do que os reportados para os últimos seis meses.

Sobre os critérios de concessão de crédito, os termos e condições aplicados a novos empréstimos e a procura de empréstimos para os principais setores de atividade económica, verifica-se que nos últimos seis meses os critérios de concessão de crédito foram ligeiramente mais restritivos para empresas das indústrias intensivas em energia e, em menor grau, da construção e do comércio.

Os outros termos e condições também foram ligeiramente mais restritivos na generalidade destes setores.

A procura de empréstimos revela uma ligeira redução no conjunto da indústria e no imobiliário comercial e com
ligeiro aumento nas indústrias intensivas em energia e no imobiliário residencial.

Para os próximos seis meses o inquérito conclui que praticamente não haverá impacto nos critérios de concessão de crédito e nos termos e condições para empresas dos principais setores de atividade económica. O estudo revela ainda para o segundo semestre é esperado um ligeiro aumento da procura de empréstimos por empresas da indústria transformadora.

Sobre o impacto das alterações climáticas na concessão e procura de crédito bancário por empresas, o inquérito revela que nos últimos 12 meses não houve praticamente impacto na política de concessão de crédito ao sector
empresarial como um todo, apesar da diferenciação entre empresas de acordo com as respetivas emissões de carbono. Ao mesmo tempo houve aumento da procura de empréstimos.

Nos próximos 12 meses, o mercado espera que os critérios de concessão de crédito e termos e condições gerais sejam, neste aspecto, ligeiramente menos restritivos.

“Para os próximos 12 meses, os bancos portugueses antecipam que as alterações climáticas irão contribuir para tornar os critérios de concessão de crédito e os termos e condições gerais aplicados às empresas ligeiramente menos restritivos, enquanto os bancos da área do euro antecipam critérios ligeiramente mais restritivos por esta via. No caso da procura, tanto os bancos portugueses como os da área do euro antecipam que as alterações climáticas contribuam para um aumento nos próximos 12 meses, superior ao indicado para os últimos 12 meses”, lê-se no relatório do inquérito.

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