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Bancos espanhóis dizem que não cobrarão taxas a depósitos de pequenos clientes

Os bancos espanhóis descartaram a hipótese de cobrar taxas a depósitos dos pequenos clientes, apesar da pressão sobre a margem financeira devido aos juros negativos, enquanto em Portugal a lei impede mesmo os bancos de o fazerem.
Cristina Bernardo
8 Dezembro 2019, 15h33

Apesar de já cobrarem a clientes institucionais e corporativos, os responsáveis das entidades financeiras espanholas descartaram cobrar aos pequenos depositantes, ao contrário do que já está a ser feito por alguns outros bancos europeus, caso do que acontece em entidades de Itália, Alemanha ou Dinamarca, ainda que geralmente para novos clientes, noticia hoje a agência de notícias EFE.

O ‘número dois’ do Banco Santander, José Antonio Álvarez, negou que a entidade vá cobrar depósitos de clientes mais pequenos, mas deixou a porta aberta a fazê-lo a grandes clientes.

Já o presidente do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, disse que em nenhum caso cobrarão a clientes particulares.

Igualmente contudentes foram os responsáveis do Bankia, José Sevilla, do Bankinter, María Dolores Dancausa, referindo que não cobrarão aos particulares por depósitos.

O Caixabank é dono em Portugal do Banco BPI, o Santander detém o Santander Totta e o Bankinter também tem operação no país.

Em Portugal, ao contrário de outros países europeus, a lei impede os bancos de cobrarem juros negativos nos depósitos, ou seja, impede que os bancos obriguem os clientes a pagarem para terem dinheiro no banco.

Por esse motivo, os bancos portugueses têm-se queixado de que sobretudo os depósitos de grandes clientes institucionais os penalizam, uma vez que não podem cobrar juros e e ainda têm de aplicar o excesso de liquidez no Banco Central Europeu (BCE), que lhes cobra juros para isso.

Para contornar essa proibição, grandes bancos (BCP, Caixa Geral de Depósitos e BPI) estão a aplicar comissões a depósitos de instituições financeiras. Alguns bancos fizeram ainda pedidos de autorização ao Banco de Portugal para poderem cobrar comissões em depósitos de outros grandes clientes, como empresas multinacionais.

Em setembro, o BCE desceu a taxa dos depósitos bancários de -0,40% para -0,50%, aumentando o valor que os bancos pagam para aí aplicar o seu excesso de liquidez (dinheiro que não emprestam), mas introduziu um sistema de dois escalões que possibilita que uma parte do excesso de liquidez do setor não pague este custo, o que deverá poupar milhões de euros aos bancos portugueses.

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