Apesar de já cobrarem a clientes institucionais e corporativos, os responsáveis das entidades financeiras espanholas descartaram cobrar aos pequenos depositantes, ao contrário do que já está a ser feito por alguns outros bancos europeus, caso do que acontece em entidades de Itália, Alemanha ou Dinamarca, ainda que geralmente para novos clientes, noticia hoje a agência de notícias EFE.
O ‘número dois’ do Banco Santander, José Antonio Álvarez, negou que a entidade vá cobrar depósitos de clientes mais pequenos, mas deixou a porta aberta a fazê-lo a grandes clientes.
Já o presidente do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, disse que em nenhum caso cobrarão a clientes particulares.
Igualmente contudentes foram os responsáveis do Bankia, José Sevilla, do Bankinter, María Dolores Dancausa, referindo que não cobrarão aos particulares por depósitos.
O Caixabank é dono em Portugal do Banco BPI, o Santander detém o Santander Totta e o Bankinter também tem operação no país.
Em Portugal, ao contrário de outros países europeus, a lei impede os bancos de cobrarem juros negativos nos depósitos, ou seja, impede que os bancos obriguem os clientes a pagarem para terem dinheiro no banco.
Por esse motivo, os bancos portugueses têm-se queixado de que sobretudo os depósitos de grandes clientes institucionais os penalizam, uma vez que não podem cobrar juros e e ainda têm de aplicar o excesso de liquidez no Banco Central Europeu (BCE), que lhes cobra juros para isso.
Para contornar essa proibição, grandes bancos (BCP, Caixa Geral de Depósitos e BPI) estão a aplicar comissões a depósitos de instituições financeiras. Alguns bancos fizeram ainda pedidos de autorização ao Banco de Portugal para poderem cobrar comissões em depósitos de outros grandes clientes, como empresas multinacionais.
Em setembro, o BCE desceu a taxa dos depósitos bancários de -0,40% para -0,50%, aumentando o valor que os bancos pagam para aí aplicar o seu excesso de liquidez (dinheiro que não emprestam), mas introduziu um sistema de dois escalões que possibilita que uma parte do excesso de liquidez do setor não pague este custo, o que deverá poupar milhões de euros aos bancos portugueses.
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