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Bankinter Portugal deu moratórias de mil milhões de euros e constituiu 2,5 milhões de provisões

A sucursal do Bankinter em Portugal deu 1.000 milhões de moratórias de crédito, o que representa 15% da sua carteira. Já em provisões para acautelar o impacto da pandemia Covid-19 o Bankinter Portugal deixou de lado 2,5 milhões de euros.
21 Janeiro 2021, 11h46

As moratórias de crédito concedidas pela sucursal do Bankinter em Portugal representaram mil milhões de euros, o que representa 15% da sua carteira. Daqui, 600 milhões de euros são moratórias de crédito hipotecário e 400 milhões de euros de crédito a empresas.

O crédito consumo que está em moratória é residual, explicou o CFO do banco espanhol, Jacobo Diaz Garcia, na conferência de imprensa de apresentação de resultados anuais.

No que toca às provisões para prevenir a deterioração macroeconómica, o Bankinter Portugal constitui 2,5 milhões de euros em 2020, revelou o CFO do banco.

Na operação portuguesa os resultados antes de impostos foram de 45 milhões de euros, o que traduz uma queda de 31%, “devido sobretudo ao facto de o banco ter deixado de libertar provisões este ano, ao contrário do que ocorria em anos anteriores, tendo começado a realizá-las”, diz o banco espanhol.

O banco em Portugal tem um rácio de NPL (Non-Performing Loans) de 2,14% (o que compara com 7,51% em 2018).

Segundo a administração do banco espanhol, quando questionado em conferência de imprensa pelo Jornal Económico, a cobertura do malparado por imparidades é de 75%. Acima portanto do rácio de cobertura de NPL do Grupo Bankinter que é de 61%. O rácio de NPL do grupo a nível consolidado é de 2,37%.

O volume de crédito classificado em NPL (malparado) em Portugal soma 150 milhões de euros em 2020, o que compara com 386 milhões em 2018. Mas exposição ao risco de crédito não diminuiu, subiu de 9% em 2018 para 10% em 2020 na atividade portuguesa.

O Bankinter comprou o Barclays Portugal em 2016 e tem Alberto Ramos como Country Manager.

O resultado antes de provisões (pre-provision profit) na sucursal portuguesa foi de 55 milhões de euros, o que compara com 37 milhões em 2019.

María Dolores Dancausa apelidou o ano de 2020 da sucursal em Portugal de um “excelente exercício”, salientado que conseguiram reduzir os custos em 3% para 83 milhões em 2020.

A receita da margem financeira em Portugal cresceu 10% para 94 milhões de euros; as comissões renderam 50 milhões, mais 11% que em 2019. A margem bruta (margem financeira e comissões) subiu 13% para 138 milhões.

O contributo da operação portuguesa para a margem bruta consolidada é de 8%.

O Bankinter Portugal, sucursal do banco espanhol, reforçou o crescimento do negócio com clientes, com a carteira de crédito a crescer 7% para 6,6 mil milhões de euros. Destes 4,7 mil milhões são crédito a particulares (+4%) e 1,9 mil milhões crédito a empresas incluindo PMEs (+12%).

Os recursos de clientes a cresceram 6% para 4,8 mil milhões de euros. Dos quais 3,6 mil milhões de euros são recursos fora do balanço (+2%).

Quanto ao negócio de Consumo, operado pelo Bankinter Consumer Finance em Espanha, Portugal e Irlanda a carteira de crédito mantém-se em valores semelhantes aos do ano anterior. Isto é, 2.900 milhões de euros, com um rácio de morosidade controlado de 6,2%. Mas a unidade de crédito ao consumo apresenta um elevado custo do risco: 5,1%.

“O Grupo Bankinter termina 2020 com resultados que, apesar da complexidade de um exercício marcado pelo impacto da pandemia, mostram crescimento em todas as rubricas e nas principais linhas de negócio”, diz o banco.

O grupo bancário liderado por  María Dolores Dancausa viu os lucros caírem 42,4% para 317,1 milhões de euros.

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