A consolidação do setor bancário foi um dos temas abordados na Mesa Redonda “O Estado da Nação – O Caminho para a Rentabilidade”, que se realizou esta quinta-feira, no Fórum Banca 2018, uma conferência organizada em conjunto com o Jornal Económico e a consultora PwC. Haverá espaço para novos bancos no setor bancário português? Foi esta a questão colocada aos banqueiros nacionais presentes pelo diretor do Jornal Económico, Filipe Alves, que moderou o debate.
Lembrando a sua experiência na banca portuguesa, o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, justificou que o sistema bancário português é relativamente estável. “Chegámos a uma altura em que cinco bancos portugueses controlavam 75% do mercado bancário em Portugal. Passados 25 anos, já houve inúmeras transações (como a venda do Grupo Champalimaud), e ainda assim cinco entidades mantêm cerca de 75% a 80% da quota de mercado”, lembrou o CEO. “Esta é uma estabilidade sustentada no sistema de consolidação português”.
António Ramalho é da opinião que estabilidade do sistema bancário português compara bem com o caso do mercado espanhol, no qual os cinco maiores bancos controlam cerca de 55% a 60% da quota de mercado. Mas realçou o surgimento de “uma segunda linha de bancos muito interessantes do ponto de vista da concorrência”.
Não será a estrutura de mercado que irá sofrer grandes alterações; serão os bancos a alterar a forma como atuam no mercado. Neste contexto, António Ramalho referiu que “a banca universal como a conhecemos, de alguma maneira tem os dias contados, se não está morta já. O que vai acontecer é que vamos encontrar os nossos próprios modelos de diferenciação”. A banca vai ter de encontrar áreas e focos de rentabilidade dentro de ecossistema que permite um conjunto de geometrias muito variáveis, defendeu Ramalho.
Questionado sobre a possibilidade de novas fusões no setor bancário em Portugal, o presidente do Millennium bcp, Miguel Maya, respondeu que é uma questão que passa à margem da estratégia de crescimento do banco que dirige. A preocupação do BCP é “agilidade e rentabilidade e não dimensão”, sublinhou. O banqueiro lembrou depois que a compra do EuroBank, na Polónia, aconteceu para o banco ficar mais próximo dos clientes e não para ganhar mais dimensão.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com