A recuperação a curto-prazo da economia oferece uma solução para os acionistas que procuraram maiores retornos. No entanto, os industriais devem estar atentos à criação de valor sustentável a longo-prazo através de aquisições, alianças e investimentos, mesmo que as avaliações continuem altas. Na viragem para o novo ano, verificamos que as intenções de transações continuam em níveis record. Com 59% das empresas industriais a procurar aquisições no próximo ano, o otimismo prevalece no setor de forma global. Em parte, esse resultado não é surpreendente, uma vez que M&A é necessária para suportar um crescimento superior ao da média do setor, que permanece a par do PIB. As empresas industriais apresentam indicadores sólidos e querem obter quota de mercado e adquirir de tecnologias inovadoras. Assim, estas empresas continuam motivadas para adquirir ou fundir-se. E esse apetite por transações é um bom presságio para os mercados, já que o setor industrial é muitas vezes um indicador importante de como os mercados responderão às pressões económicas.

Existe uma mudança importante no tipo de consolidação a acontecer no seio do setor industrial. Ao invés de se concentrarem em ganhar escala, como em ciclos de M&A anteriores, os industriais estão a aumentar os seus lucros alicerçados em portfólios mais focados no seu negócio core. Grandes transações seletivas, seguidas de spin-offs estratégicos, continuarão a moldar o setor à medida que se protege a quota de mercado. Esse padrão oferece uma ocasião para todos os players do setor industrial beneficiarem. Desinvestimentos e spin-offs criam portfólios mais focados que geram retornos maiores para os acionistas, enquanto decorrem spin-offs de ativos não core.

Os compradores estão a gerir os ativos de forma integrada em portfólios focados, onde é provável que tenham mais apoio. À medida que esta nova onda de consolidação se desenrola, antecipa-se um setor com mais empresas focadas no seu negócio core e menos diversificadas.

O cenário macroeconómico e as perspetivas de M&A

A aceleração nos mercados desenvolvidos tem estado assente num cenário económico dinâmico, no qual as intenções de transacionar a manter-se em níveis record.

-99% dos executivos industriais consideram a economia global como estando estável ou em crescimento;

-99% dos executivos industriais consideram o mercado de M&A como estando estável ou em crescimento;

-59% das empresas industriais têm como objetivo procurar potenciais aquisições no decurso do próximo ano, comparativamente a um rácio de 53% no ano anterior.

Crescimento e estratégia de portfolio

As empresas têm vindo a reconhecer a necessidade de uma estratégia de crescimento clara e inclusiva, na qual o ativismo dos acionistas tem vindo a aumentar e onde surgem cada vez mais transações combinadas com o digital na vanguarda do processo de decisão.

-43% das empresas estimam aumentar a competição pelos ativos;

-90% estimam que o número de empresas impactadas pelo ativismo de acionistas para aumentar ou manter-se;

-47% das empresas industriais revêm os seus portfolios de forma contínua ou numa base trimestral.

Transformação digital

Os executivos pretendem estar na linha da frente, enfrentando a disrupção ao construir modelos de capital de risco para investir no futuro.

-27% das empresas industriais vêm o foco do setor distorcer-se à medida que os seus concorrentes expandem a sua oferta de produtos e serviços;

-49% consideram o impacto da tecnologia digital no seu modelo de negócio e ameaças de concorrentes desenvolvidos digitalmente, como uma força disruptiva que impacta o seu setor;

-56% desenvolveram armas de capital de risco para melhorar o acesso a capacidades e tecnologias.