O Grupo Barraqueiro, por intermédio da subsidiária RL – Rodoviária de Lisboa; o Grupo Arriva, através da participada TST – Transportes Sul do Tejo; o Grupo National Express (que detém a subsidiária espanhola Alsa) e a Vimeca/Scoturb são os principais grupos de transporte rodoviário de passageiros que entraram na corrida ao concurso de concessão do serviço de transportes públicos lançado pela Área Metropolitana de Lisboa, apurou o Jornal Económico junto de diversas fontes ligadas ao processo, que solicitaram anonimato.
Além destes grupos, apresentaram também propostas a este megaconcurso os operadores Autoviação Cura, com base em Viana do Castelo, pertencente ao Grupo Cura; e A. Costa Reis & Filhos, empresa do Grupo Espírito Santo (homónimo, mas sem relações com o que era liderado por Ricardo Salgado), com implantação no setor de transporte rodoviário de passageiros na Área Metropolitana do Porto.
O concurso da AML foi segmentado em quatro lotes separados, dois para a margem norte, dois para a margem sul do Tejo.
O Jornal Económico sabe que no lote 1, relativo à área geográfica dos concelhos da Amadora, Oeiras, Sintra, incluindo ligações a Cascais, Lisboa e exterior da Área Metropolitana de Lisboa, apresentou-se a jogo uma única proposta, da Vimeca/Scoturb, detidas pela família de origens brasileiras do empresário Jacob Barata.
No lote 2, referente aos municípios de Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, incluindo interligações a Lisboa e ao exterior da AML, também entrou uma única proposta, da autoria da Rodoviária de Lisboa, pertencente ao Grupo Barraqueiro.
Por seu turno, o lote 3, relativo aos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra, e Barreiro, com ligações a Lisboa e ao exterior da área metropolitana da capital, recebeu um total de quatro candidaturas: da Autoviação Cura, do Grupo Cura, com sede em Viana do Castelo; da TST – Transportes Sul do Tejo, controlada pela Arriva, da órbita do gigante alemão do setor Deutsche Bahn; da A. Costa Reis & Filhos, do Grupo Espírito Santo, com forte implantação no setor de transporte rodoviário de passageiros da Área Metropolitana do Porto; e da Nex Continental, participada da National Express, que detém em Espanha a operadora Alsa.
Por fim, mais duas propostas no lote 4, referente aos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal, incluindo ligações ao Barreiro, Setúbal e exterior da Área Metropolitana de Lisboa: uma da Guanaurb, pertencente ao Grupo Vimeca/Scoturb, e outra da citada Nex Continental.
Dos potenciais grandes grupos potenciais concorrentes apenas parece ter ficado de fora o operador francês Transdev, mas o concurso permite que, independentemente de quem apresenta oficialmente a proposta a concurso, possa recorrer a um ou mais parceiros em segunda linha que assegurem até um máximo de 30% dos objetivos de operação de cada um dos lotes, pelo que poderá ainda ser divulgada a constituição de diversos consórcios para responder às exigências do caderno de encargos deste concurso público internacional.
Nenhum dos lotes ficou deserto
O prazo para entrega das propostas terminou esta quarta-feira, dia 2 de setembro.
No total, foram apresentadas oito propostas, contemplando todos os lotes, pelo que nenhum ficou deserto.
O total do investimento previsto para o conjunto dos quatro lotes deverá ascender a cerca de 1.200 milhões de euros.
“O júri do concurso irá agora verificar a conformidade das candidaturas com as exigências do concurso, e demais obrigações legais, e apurar o vencedor de cada um dos lotes”, explica um comunicado da AML.
Este concurso da AML foi lançado em fevereiro último e inclui o serviço de transporte rodoviário de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa, excluindo os serviços de âmbito municipal do Barreiro, Cascais e Lisboa.
No conjunto dos seus quatro lotes, foi ‘desenhada’ uma rede que passará a fazer 88,46 milhões v*km*ano (veículo/quilómetro/ano), correspondendo a um aumento de cerca de 40% dos serviços de transporte rodoviário, face ao que existia antes da situação pandémica.
“A apresentação das propostas encerra, deste modo, uma etapa fundamental no processo, que a AML conduz, com vista ao reforço do serviço de transporte de passageiros e à sua qualificação, desde logo, com uma significativa renovação da frota e níveis superiores de serviços tecnológicos de informação ao público e entretenimento a bordo”, adianta o referido comunicado.
Os responsáveis da AML assinalam que “este concurso decorre a par com a redução significativa do preço dos transportes implementada em 2019 com o novo sistema tarifário ‘Navegante’, e com a implementação de uma plataforma tecnológica de serviços e sistemas inteligentes de transportes, numa estratégia que, no seu conjunto, deverá promover a qualidade de vida na área metropolitana de Lisboa e uma alteração da repartição modal a favor dos transportes públicos e da mobilidade sustentável”.
Os novos operadores de transportes da AML deverão estar a operar no terreno até ao final de 2021.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com