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BCE deixa programa de compra de ativos inalterado, mas reitera ritmo acelerado de aquisições

As taxas de juro mantiveram-se inalteradas, bem como a dotação de 1,85 biliões do ‘Pandemic Emergency Purchase Programme’, disse o BCE. O destaque vai, no entanto, para o anúncio de que no próximo trimestre as compras de ativos vão continuar a ser realizadas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses do ano.
10 Junho 2021, 12h46

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada esta quinta-feira a política monetária, em linha com o esperado pelos analistas. O banco central não mexeu nas taxas de juro, que continuam em mínimos históricos, nem na dimensão do programa de emergência de compra de ativos, que tem um ‘envelope’ de 1,85 biliões de euros até março de 2022.

Depois de ter anunciado na reunião de março que iria acelerar de forma significativa o ritmo da compras no segundo trimestre face aos primeiros meses deste ano, depois de ter reconhecido o risco que o aumento das taxas de juros das dívidas soberanas representa para as condições de financiamento, o BCE  reiterou esta quinta-feira essa mensagem em relação ao próximo trimestre.

“O Conselho de Governadores continuará a realizar compras de ativos líquidos no âmbito do programa de compra de emergência pandémica (PEPP) com um envelope total de 1,85 bilhões de euros até pelo menos o final de março de 2022 e, em qualquer caso, até que julgue que a fase de crise do coronavírus tenha sido ultrapassada”, afirmou, em comunicado.

“Com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação, o Conselho do espera que as compras líquidas ao abrigo do PEPP no próximo trimestre continuem a ser realizadas a um ritmo significativamente mais elevado do que durante os primeiros meses do ano”, sublinhou.

O BCE explica que irá avançar com as aquisições “de forma flexível de acordo com as condições de mercado e a fim de evitar um aumento da restritividade das condições de financiamento que seja incompatível com contrariar o impacto em sentido descendente da pandemia na trajetória projetada da inflação”, sublinhando que “se for possível manter condições de financiamento favoráveis com fluxos de compras de ativos que não esgotem a dotação no horizonte de aquisições líquidas ao abrigo do PEPP, a dotação não terá de ser utilizada na íntegra”.

“De igual modo, a dotação pode ser recalibrada, se necessário, para manter condições de financiamento favoráveis, a fim de ajudar a contrariar o choque negativo provocado pela pandemia na trajetória da inflação”, refere.

O banco central manteve inalteradas a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito em 0,00%, 0,25% e -0,50%, respetivamente.

A atenção vira-se agora para a conferência de imprensa de Christine Lagarde, presidente do BCE., às 13h30. Dois dos temas em destaque deverão ser a inflação na zona euro e novas projeções económicas do staff do banco central..

A inflação homóloga na zona euro atingiu os 2% em maio, o nível mais elevado desde outubro de 2018 e acima da meta do BCE de ‘perto, mas abaixo de 2%’. Lagarde tem reiterado que o BCE vê a subida da inflação como um fenómeno transitório, provocado pelo efeito base resultante da quebra dos preços há um ano e também pelo aumento dos preços da energia, particularmente o petróleo.

[Atualizada às 12h59]

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