O BCP apresentou os seus resultados do primeiro trimestre de 215,0 milhões de euros e anunciou uma redução significativa dos ativos não produtivos, ou seja, revelou uma melhoria da qualidade da carteira de crédito, apesar do atual contexto económico.
Miguel Maya, CEO, anunciou uma redução significativa de ativos não produtivos face a março de 2022, de 506 milhões em NPE (Non Performing Exposure). Dos quais, 216 milhões de euros em imóveis recebidos por recuperação e 372 milhões em fundos de reestruturação.
O banco vendeu neste trimestre 35 milhões de euros em imóveis disse Miguel Maya que revelou que o BCP “não tem estado a receber mais imóveis por dação em cumprimento de crédito”. Tudo por causa das medidas de apoio (reestruturação dos créditos e bonificação dos juros que arranca esta terça-feira). O banco até viu o números de processos desencadeados para executar os imóveis por incumprimento de crédito, reduzirem-se substancialmente.
“O banco só tem a ganhar em deixar os clientes com as casas”, disse Miguel Maya.
Apesar do contexto desafiante, o custo do risco situou-se em 56 pontos base (ou 0,56%) no grupo e 53 pb em Portugal que comparam com 62 pb e 68 pb no primeiro trimestre, respetivamente.
O banco, ainda assim, nas contas consolidadas foi penalizado pelas provisões pelo ajustamento do modelo de provisionamento para riscos legais em créditos hipotecários em francos suíços na Polónia, que somaram 174,5 milhões de euros.
Em Portugal as imparidades caíram 18,0% para 102,2 milhões de euros, das quais as imparidades somam 53 milhões são para créditos (o que compara com 68,5 milhões um ano antes).
O rácio de NPE fixou-se em 3,8%.
Questionado, o presidente do BCP recusou-se a avançar se estariam a preparar provisões não alocadas para fazer face ao crescente risco de incumprimento das famílias, em contexto de subida contínua dos juros. As famílias com rendimentos mais baixos serão as mais duramente atingidas pela inflação e pelas subidas das taxas de juro que ainda vão continuar, como já reconheceu o Banco de Portugal.
No crédito a empresas o banco não está sentir um aumento de dificuldades, pelo contrário há sinais de resiliência.
A melhor noticia do trimestre foi o rácio de capital. O BCP viu o rácio de CET1 atingir 13,6% e o rácio de capital total 18%, correspondendo respetivamente a um aumento de 205 pb e 245 pb face ao período homólogo, “evidenciando a forte capacidade de geração orgânica de capital e a aprovação pelo BCE em março 2023 da aplicação do artigo 352(2) da CRR (cálculo da posição cambial líquida global)”.
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