A área de estudos económicos do Millennium BCP considera que há “importantes riscos” para a economia portuguesa nos próximos trimestres, o que poderá pôr em causa a previsão de crescimento anual do PIB inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade, de 1,9%.
Numa nota publicada esta terça-feira, na sequência dos dados trimestrais do PIB divulgados pelo INE na passada sexta-feira, o banco salienta que Portugal está “num quadro de intensificação dos riscos de abrandamento da economia global”.
Segundo o documento, a “perda de vigor” das componentes mais cíclicas do PIB – investimento em bens de capital e consumo de bens duradouros-, em simultâneo com “os sinais de desaceleração que o setor do turismo tem vindo a evidenciar, após vários anos de forte expansão”, podem afetar negativamente o andamento da economia nacional.
“No limite”, estes riscos “poderão colocar em causa a concretização da previsão do governo de um crescimento no conjunto do ano de 1,9%”.
No segundo trimestre, a economia portuguesa cresceu 1,8%, em termos homólogos, mantendo o ritmo do trimestre anterior. No entanto, frisa o BCP, a composição do PIB difere “significativamente” do primeiro trimestre. “O investimento, que no primeiro trimestre aumentou 14%, desacelerou para 6,1%, “refletindo o abrandamento da componente de máquinas e equipamentos e, em menor magnitude, da construção”.
Por sua vez, o consumo privado desacelerou pelo segundo trimestre consecutivo, “sendo de destacar que a compra de bens duradouros caiu pela primeira vez desde meados de 2013”.
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