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BCP dispara 4% e leva PSI 20 para terreno positivo

A Bolsa de Lisboa fechou com um ganho superior a 1%, num dia negativo para a generalidade das bolsas europeias. A época de resultados está a marcar as negociações na Europa e nos EUA.
Cristina Bernardo
30 Outubro 2018, 16h51

O PSI 20 fechou esta terça-feira com uma subida de 1,11% para 5.006,86 pontos, num dia misto para a Europa. A liderar os ganhos esteve o BCP, que disparou 4% para 0,229 euros por ação, antes de apresentar resultados trimestrais.

“O mercado nacional terminou com um ganho superior a 1%, numa sessão marcada pela apresentação de resultados nos dois lados do Atlântico. O BCP distinguiu-se com uma valorização de 4%, tendo contribuído significativamente para o comportamento do PSI 20”, explicam os analistas do BPI, que antecipam que os lucros do banco liderado por Miguel Maya tenham subido mais de 116% para 93 milhões de euros, no terceiro trimestre do ano, face ao período homólogo.

A banca europeia continua em destaque em plena época de resultados. Esta terça-feira foram conhecidos os lucros de 2,12 mil milhões de euros do BNP Paribas. No entanto, a pressão sobre as receitas de trading levaram a uma desvalorização de 2,8% dos títulos.

O BBVA anunciou também um lucro de 4.323 milhões de euros até setembro, o que representa um crescimento homólogo de 25,3% impulsado pelo negócio no Chile. As ações caíram, no entanto, 3,14% para 4,97 euros. O índice pan-europeu sectorial Stoxx Banks deslizou 0,77%.

Impacto do anti-dumping nas contas não penaliza ações da Navigator

Antes de divulgar contas, os CTT ganharam 3,22% para 3,330 euros. Entre os maiores ganhos estiveram ainda a Sonae Capital (2,86% para 0,754 euros) e a Sonae (2,74% para 0,882 euros), enquanto a concorrente Jerónimo Martins ganhou 0,92% para 11,515 euros.

As ações da Navigator subiram 1,66%, no dia em que empresa apresentou um lucro de 52,3 milhões de euros e um EBITDA de 115 milhões de euros (incluindo o impacto do anti-dumping), em linha com no terceiro trimestre. No mesmo setor, a Semapa avançou 1,46% e a Altri 1,44%.

Na energia, as cotadas fecharam entre ganhos e perdas ligeiros. A EDP avançou 0,71% para 3,110 euros e a Galp Energia valorizou 0,17% para 14,995 euros num dia de desvalorizações para o mercado petrolífero. O crude WTI desvaloriza 1,10% para 66,30 dólares por barril e o brent 1,56% para 76,13 dólares por barril.

Em sentido contrário, a EDP Renováveis deslizou 0,51% para 7,830 euros por ação. O grande tombo no PSI 20 foi da Corticeira Amorim, que desvalorizou 2,06% para 9,530 euros por ação.

Guerra e comercial e dados económicos também marcam a sessão

“Os mercados europeus inverteram para terreno negativo durante a tarde, com praticamente todos os setores em terreno negativo. A liderar as perdas estiveram os produtores de matérias-primas, bem como as empresas relacionadas com viagens e lazer”, explicou o BPI.

A sessão foi, assim, negativa para a generalidade das bolsas europeias, com o índice pan-europeu Euro Stoxx 50 a perder 0,28%, o alemão DAX a perder 0,45%, o francês CAC 40 a recuar 0,22%, o espanhol IBEX 35 a desvalorizar 0,18% e o italiano FTSE MIB a ceder 0,22%.

Tal como a Bolsa da Lisboa, também o britânico FTSE 100 fechou no ‘verde’ com um ganho de 0,13% e o holandês AEX com uma subida de 0,26%. No mercado cambial, o euro depreciou-se 0,13% para 1,1358 dólares.

Em reação a resultados empresariais, a Lufthansa apresentou resultados abaixo das expetativas e as ações tombaram 7,76%. Em sentido contrário, a petrolífera BP valorizou 2%, após ter informado que o lucro trimestral mais do que duplicou e a Volkswagen avançou 3% após ter reportou um lucro trimestral de 2.700 milhões de euros (mais 145% que no período homólogo).

“Além dos resultados empresariais, as atenções também estiveram focadas nas relações comerciais entre os EUA e a China, após ter sido noticiado que a Administração Trump estaria a pensar reforçar as tarifas de 257 mil milhões de dólares de produtos chineses que ainda não tinham sofrido um agravamento da taxa aduaneira, se o próximo encontro entre o Presidente Americano e o Presidente Chinês (agendado para o G20 de novembro) for inconclusivo”, afirmaram os analistas, que acrescentaram ainda que, a nível macroeconómico, foi divulgado que a inflação na Alemanha em outubro, que aumentou mais do que o esperado, mas que a economia da zona euro cresceu 1,70%, o ritmo mais lento desde o final de 2014.

[Notícia atualizada às 17h15]

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