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BCP quer distribuir dividendos em 2024

O CEO disse que o BCP não tem restrições regulamentares à distribuição de dividendos. Miguel Maya falou da capitalização robusta do banco para “enfrentar os desafios que o banco tem pela frente”.
José Sena Goulão/Lusa
27 Julho 2023, 18h15

Miguel Maya, CEO do BCP, falava na apresentação de resultados do maior banco privado português, quando admitiu a intenção de distribuir aos acionistas parte dos lucros que vão obter no fim do ano. Para já o banco lucrou, na primeira metade do ano, 423,2 milhões de euros, a subirem 580% face ao lucro reexpresso de junho de 2022.

“O banco tem intenção de distribuir dividendos em 2024, dos resultados do ano 2023”, revelou Miguel Maya, CEO do banco, que citou o plano estratégico. “É expectável que o banco pague dividendos”, referiu o banqueiro.

O BCP falou dos “buffers sobre os quais existem limitações à distribuição de resultados: 460 pb CET1, 382 pb para T1 e 434 pb para capital total”, referindo-se ao Maximum Distributable Amount (MDA), ou seja, refere-se à folga de capital sem limitações à distribuição de resultados e que no banco é significativa. Isto é, o BCP não tem restrições regulamentares à distribuição de dividendos, porque o banco está claramente acima dessas limitações regulamentares.

O BCP reportou um reforço significativo dos rácios de capital. O rácio de capital CET1 é de 14,0% e o rácio de capital total de 18,3%, correspondendo respetivamente a um aumento de 268 pb e 304 pb face ao período homólogo, evidenciando a forte capacidade de geração orgânica de capital.

O banco diz que o rácio tem “um buffer de 4,3 pp entre o rácio de capital total e os requisitos SREP não considerando as reservas de conservação e O-SII, e de 7,8 pp considerando-as”.

“Temos uma capitalização robusta para enfrentar os desafios que o banco tem pela frente”, disse Miguel Maya.

Sobre as emissões de instrumentos de passivos bail-in-áveis, para cumprir o minimum requirement for own funds and eligible liabilities (MREL), Miguel Bragança, CFO do banco, disse que o BCP não precisa de emitir dívida MREL, dada a capacidade de geração de resultados, mas deverão fazê-lo como fazem todos os anos. “Não temos obrigação mas podemos ter interesse em fazer (emissões de MREL)”, frisou a administração do banco.

Já questionado sobre a decisão do BCE de cortar para 0% a remuneração das reservas mínimas, conhecida esta quinta-feira e que entra em vigor a 20 de setembro, Miguel Maya adiantou que o para o BCP irá custar mais de dez milhões de euros por ano, ainda que evolua em função do crescimento do próprio banco.

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