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BCP quer preservar capital e crescer organicamente mas estudará aquisições

“O que me preocupa é a rentabilidade do sistema financeiro português e os custos de contexto, porque numa eventualidade de a banca precisar de capital, com rentabilidades muito baixas é muito mais difícil obter capital no mercado”, referiu o presidente do BCP.
  • Cristina Bernardo
29 Outubro 2020, 19h31

Miguel Maya, garantiu esta quinta-feira que o banco não precisa de nenhum aumento de capital, e que a prioridade do banco é preservar capital, remetendo para os números apresentados hoje na apresentação de resultados do terceiro trimestre. Mas admitiu que o banco tem capital para estudar aquisições.

“Volto a enfatizar que em nenhum dos cenários estamos a equacionar aumentar o capital que não seja através da geração orgânica”, disse o CEO, lembrando a flexibilidade regulamentar dos reguladores em termos de capital regulatório.

O CEO do BCP disse que não tem interesse em comprar o Banco Montepio, mas se surgir alguma oportunidade estudará, mas não tem aquisições na agenda. A única que tinham era a da compra do EuroBank na Polónia e já o fizeram. No entanto se surgir alguma operação no mercado o BCP admite analisar, se o BCP beneficiar com isso.

“Não estamos a estudar nenhuma operação de aquisição”, disse. “Não fomos falar com os acionistas do Montepio para propor seja o que for”, referiu o banqueiro na conferência sobre os resultados do banco nos nove meses.

“Também é nossa obrigação (…) se surgir uma oportunidade no mercado, olhar para ela, mas não estamos à procura dela, se aparecer veremos os termos e se faz sentido para o BCP. Há uns anos atrás não poderíamos sequer dizer isto”, disse Miguel Maya que frisou que não é esse “o eixo principal” e que a aposta do banco é no crescimento orgânico.

O banco diz que hoje já tem condições para analisar operações que façam sentido para o BCP, pois já tem capital suficiente para acomodar uma aquisição.

O BCP apresentou uma geração de capital de 22 pb no terceiro trimestre. O rácio de capital total é de 15,7% (fully implemented) em setembro de 2020, “confortavelmente acima dos requisitos SREP”, diz a instituição. O banco tem um buffer de 2,4 pp entre o rácio de capital total e os requisitos SREP não considerando a utilização das reservas de conservação e O-SII, e de 5,5pp considerando a utilização das mesmas.

O rácio de capital CET1 é de 12,4% (fully implemented) em setembro de 2020 e apresenta um buffer de 1,1 mil milhões acima do nível em que existem restrições ao montante máximo distribuível de resultados (MDA), de acordo com a regulamentação bancária.

“O que me preocupa é a rentabilidade do sistema financeiro português e os custos de contexto, porque numa eventualidade de a banca precisar de capital, com rentabilidades muito baixas é muito mais difícil obter capital no mercado”, referiu o presidente do BCP.

 

 

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