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BE está disponível para aprovar nova Comissão de Inquérito ao caso Tancos

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, quer mudar as conclusões do relatório da Comissão de Inquérito ao caso e volta a questionar a pertinência da Polícia Judiciária Militar (PJM).
  • Cristina Bernardo
9 Outubro 2019, 15h58

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, afirmou esta quarta-feira que o partido está disponível para aprovar uma nova comissão de inquérito ao caso de Tancos. Pedro Filipe Soares quer mudar as conclusões do relatório da Comissão de Inquérito ao caso e volta a questionar a pertinência da Polícia Judiciária Militar (PJM).

“Temos toda a abertura para na próxima legislatura fazer uma comissão de inquérito sobre o que verdadeiramente aconteceu [no caso Tancos]”, afirmou Pedro Filipe Soares, na reunião da comissão permanente sobre o caso de Tancos.

Na mesma linha que o BE, o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) assegurou que não se vai opor à criação de uma nova comissão – que o CDS-PP já tinha anunciado que irá propor. Já o PCP disse que esse é um assunto que cabe aos tribunais e deve ser tratado pelas entidades competentes.

Pedro Filipe Soares acusou ainda os partidos de direita de terem politizado o caso, mas que as suspeitas que incidem sobre o antigo ministro da Defesa José Alberto Azeredo Lopes merecem ser avaliadas. “Creio que a suspeição que está em cima da mesa, e que foi o tema principal durante toda a campanha eleitoral do PSD e CDS-PP, é uma suspeição que merece ser avaliada”, disse.

“O que o BE fez questão de deixar nas conclusões da comissão de inquérito foi que não tinha sido provado o envolvimento do ex-ministro Azeredo Lopes. Não foi uma declaração de ‘inocentação’, mas de facto apurados na comissão”, sublinhou o líder parlamentar do BE.

E acrescentou: “Se novos factos, e a acusação do Ministério Público assim o parece indiciar, creio que a conclusão da comissão de inquérito deve ser alterada. Da nossa parte, temos toda a abertura para essa alteração, mas sempre baseada com factos e não com suposições ou opiniões”.

O deputado bloquista defendeu ainda que “a própria PJM merece uma reflexão sobre se deve ou não existir” e que sobre este assunto, os portugueses já sabem qual é a visão do partido: acabar com a PJM.

A reunião da Comissão Permanente foi pedida com “com caráter de urgência” pelo PSD ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, invocando uma “suspeita da conivência do primeiro-ministro”.

O PSD defende que a acusação do Ministério Público no processo de Tancos “afeta diretamente um ex-membro do atual Governo, pondo a nu a existência de condutas extremamente graves no exercício dessas funções políticas que colidem com o compromisso assumido perante todos os portugueses de exercer com lealdade as funções que lhe foram confiadas”.

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