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BE exige “medidas concretas” para “atacar” causas por detrás dos novos surtos de Covid-19

O Bloco de Esquerda considera que o Governo deve tomar medidas para garantir a higiene e segurança dos portugueses nos transportes públicos e nos locais de trabalho e intervir ao nível das políticas de habitação para conter o contágio da pandemia.
  • Tiago Petinga/Lusa
24 Junho 2020, 16h26

O Bloco de Esquerda (BE) insiste na necessidade de medidas concretas para “atacar” as causas que estão por detrás do aumento do número de novos casos de Covid-19 no país. O BE considera que o Governo deve tomar medidas para garantir a higiene e segurança dos portugueses nos transportes públicos e nos locais de trabalho e intervir ao nível das políticas de habitação para conter o contágio da pandemia.

“É necessário ter medidas concretas que ataquem as causas que estão por detrás de surtos e de contágios que continuam a existir. O aumento do número de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo não se explica unicamente pelo aumento da testagem. Existem outras explicações e existem causas por detrás destas situações”, afirmou o deputado do BE Moisés Ferreira, após a nona reunião sobre a situação epidemiológica, no Infarmed, em Lisboa.

Para o BE, é “evidente” que “as causas laborais, de transporte e de falta de habituação e dignidade da habitação devem ser áreas em que o Governo deve atuar decididamente” para conseguir mais facilmente prevenir e controlar eventuais novos focos de infeção. “Não basta limitar alguns ajuntamentos em via pública se nós não atacarmos estas verdadeiras causas”, sublinhou, referindo-se às novas regras impostas para a Área Metropolitana de Lisboa.

“Certamente que situações como transportes sobrelotados, situações de falta de condições de trabalho e falta de condições de habitação não podem ser desligadas da situação de desenvolvimento da epidemia na região de Lisboa”, sublinhou Moisés Ferreira.

O deputado bloquista acrescentou ainda que devem existir “medidas concretas” para proteger “aqueles que são mais vulneráveis à doença e que sendo infetados podem desenvolver uma forma mais grave” a Covid-19. O BE defende, por isso, que as pessoas com diabetes e hipertensão passem a estar também incluídas no regime excecional de proteção, tendo em conta que as comorbidades que apresentam podem ser um fator de risco acrescido.

Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde divulgado esta quarta-feira pela Direção Geral de Saúde (DGS), desde o início do surto em Portugal foram registados um total de 40.104 casos confirmados da Covid-19 e 1.543 vítimas mortais. Nas últimas 24 horas, os 52 concelhos da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo contabilizaram 100% dos novos casos de infeção no país.

O aumento dos contágios na Área Metropolitana de Lisboa levou o Governo a anunciar medidas específicas para a área metropolitana, entre as quais a proibição de ajuntamentos de mais de dez pessoas, o encerramento do comércio às 20h00 e limites à venda bebidas alcoólicas e proibição do seu consumo em espaço público. Quem não cumprir estas regras fica sujeito ao crime de desobediência.

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