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BEI e IFD financiam investimentos na modernização de infraestruturas de apoio a idosos com 200 milhões

O programa de investimento, que abrange cerca de 150 projetos em Portugal, visa melhorar os serviços de cuidados continuados, através da construção, renovação e modernização de instalações. “Este projeto vai melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas que precisam de cuidados, junto com seus familiares e cuidadores”, garante Ricardo Mourinho Félix.
26 Outubro 2020, 12h51

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) – que se irá fundir com a PME Investimentos à SPGM no Banco de Fomento – anunciaram esta segunda-feira que vão financiar com 200 milhões de euros um programa para modernizar infraestruturas de cuidados continuados e de apoio a idosos em Portugal.

Em causa estão cerca de 150 projetos no âmbito de um programa de investimento valor de 400 milhões de euros, tendo em conta que o banco europeu concede um empréstimo de 200 milhões de euros à IFD e os intermediários financeiros (escolhidos por concurso) terão de igualar este montante.

Os fundos, que serão disponibilizados por entidades financeiras em Portugal, serão depois canalizados para prestadores de serviços à população idosa em Portugal, nomeadamente nos domínios da saúde, habitação e apoio social. O programa centrar-se-á sobretudo nos de pequena e média dimensão – projetos com um custo inferior a 50 milhões de euros cada.

“Este projeto aumentará a capacidade e qualidade dos serviços de apoio a idosos e pessoas com deficiência em todo o território português e terá um impacto positivo direto não só na qualidade de vida da população que carece destes cuidados, como também na respetiva rede de apoio, que inclui familiares e a comunidade médica”, referem o BEI e a IDF, que fazem agora a terceira operação conjunta.

Em comunicado, o banco e a instituição lembram que Portugal é o país europeu com uma das maiores taxas de idosos (com mais de 65 anos) não saudáveis e com o mais elevado índice de envelhecimento, que atingiu os 153% em 2017, pelo que esta operação poderá auxiliar misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) a alargar a capacidade existente, a par com o Governo e restantes stakeholders, para evitar “manter nos hospitais os doentes que necessitam de cuidados continuados, sobrecarregando, assim, o Serviço Nacional de Saúde, ou obrigando as famílias a contratar ou a assumir o papel de cuidadores informais, sem a formação adequada”.

“Estou muito contente que o meu primeiro anúncio oficial como vice-presidente do BEI responsável pelas operações do banco em Portugal seja esta parceria com o IFD, que visa melhorar as infraestruturas de atendimento aos cidadãos portugueses mais frágeis, como a população idosa e os portadores de deficiência. Este projeto vai melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas que precisam de cuidados, junto com seus familiares e cuidadores”, garante Ricardo Mourinho Félix.

Para o presidente da comissão executiva da IFD, a iniciativa vai ser decisiva para colmatar a insuficiência de mercado que advém da maturidade “muito longa” deste tipo de projetos e da sua “forte dependência” de apoio e investimento público. “Esta lacuna no mercado, que se agudizou especialmente em tempos de Covid-19, sublinha a necessidade de alargar e reforçar a capacidade e a qualidade dos serviços de apoio aos idosos em Portugal. Até ao momento, a IFD recebeu, da parte dos intermediários financeiros, grandes manifestações de interesse em intermediar estes fundos”, afirma Henrique Cruz.

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