Quando Portugal estava no período mais difícil da crise da dívida europeia, empresas chinesas investiram no país e ajudaram um grande número de empresas portuguesas que estavam à beira da falência. De acordo com dados do Banco de Portugal, o stock de investimento direto da China em Portugal atingiu, em 2024, os 3,959 mil milhões de euros, um aumento de 9,33% face ao ano anterior, mantendo um crescimento positivo há 14 anos consecutivos. Na última década, este valor multiplicou-se 4,5 vezes. Considerando o critério do destino do investimento, o stock de investimento chinês em Portugal ascendeu a 12,105 mil milhões de euros em 2024.
A China é atualmente o sexto maior investidor em Portugal e Portugal é um dos países da União Europeia que recebe mais investimento chinês per capita. Atualmente, as empresas chinesas com negócios em Portugal estão presentes em diversos setores, incluindo energia, finanças, seguros, saúde, telecomunicações, abastecimento de água, indústria transformadora, construção, comércio e serviços, aviação, aquacultura e restauração.
No seu conjunto, estas empresas prestam serviços a mais de 90% da população portuguesa e têm dado um contributo positivo para o desenvolvimento económico e social do país. Ao mesmo tempo, as empresas chinesas respeitam as leis, regulamentos e costumes locais, assumem com responsabilidade o seu papel social e contribuem ativamente para a comunidade. Têm mantido uma imagem positiva e sólida em Portugal, sendo reconhecidas tanto pelo governo como pelo público.
1. As empresas chinesas contribuem para acelerar a transição energética em Portugal. Portugal está a implementar uma estratégia de transição energética e desenvolver a indústria de energias limpas com a ambição de se tornar um líder global nesta área. Empresas como a China Aviation Lithium Battery (CALB), o Grupo Hengtong e a Aosen Technology investiram em Portugal na criação de unidades de produção de baterias de lítio, cabos submarinos e componentes em materiais compósitos para turbinas eólicas. Estes investimentos ajudaram a colmatar lacunas nas cadeias da indústria de energias limpas em Portugal, aceleraram significativamente o processo de transição energética do país. Além disso, deverão impulsionar as exportações portuguesas de produtos ligados às energias limpas e contribuir para uma maior diversificação e modernização da estrutura económica. Empresas como a Zhongtong Bus e a CRRC Tangshan têm participado ativamente na transição para um sistema de transportes públicos de baixas emissões em Portugal.
Tendo em conta as necessidades específicas do mercado português, estas empresas contrataram empresas locais de design para adaptar os seus produtos e promoveram a aquisição local de algumas peças e componentes. Marcas chinesas de veículos elétricos como a BYD e a XPeng entraram no mercado português, oferecendo aos consumidores locais novas opções de automóveis elétricos com design atrativo e desempenho de elevada qualidade.
2. As empresas chinesas ajudam Portugal expandir a influência económica global. As empresas chinesas valorizam o mercado português, respeitam os parceiros locais e trabalham conjuntamente para expandir mercados de terceiros. O Grupo das Três Gargantas da China (China Three Gorges), em parceria com a EDP, venceu licitações para projetos hidroelétricos e eólicos em vários países, incluindo Brasil, Polónia, Itália, Reino Unido, Peru e Colômbia; a China State Grid ajudou a empresa portuguesa REN a abrir portas para a transmissão de energia no Chile; a China Communications Construction Company, em consórcio com a Mota-Engil, venceu licitações para importantes projetos de infraestruturas, como ferrovias e portos, em vários países de África e América Latina; o Grupo Fosun tem capacitado a Fidelidade Seguros e o Millennium bcp a expandirem os seus negócios para países da Ásia, África e América Latina.
3. As empresas chinesas impulsionam a inovação tecnológica e a formação de talentos. As empresas chinesas têm impulsionado o desenvolvimento tecnológico e a formação de talentos em Portugal nas áreas de 5G, inteligência artificial, redes elétricas inteligentes, tecnologia médica, entre outras, através de iniciativas como a realização de pesquisas conjuntas, doações de laboratórios, criação de bolsas de estudo e financiamento de projetos de inovação.
A China State Grid, em colaboração com a REN, estabeleceu um centro de pesquisa em energia, preenchendo a lacuna existente em Portugal no campo da simulação de grandes redes elétricas. Além disso, apoiou programas de formação para engenheiros locais, organizou intercâmbios na China para jovens engenheiros, a fim de conhecer as inovações tecnológicas e a experiência em gestão do setor energético chinês.
A Huawei inaugurou um laboratório de 5G e inteligência artificial com a Universidade de Aveiro e o Instituto de Telecomunicações, e forneceu infraestrutura para a pesquisa em 5G, inteligência artificial e incubação de indústrias verticais. A empresa também lançou um programa de bolsas de ICT Academy e já ajudou 100 estudantes universitários das áreas da Engenharia e da Ciência. Além disso, organiza anualmente a participação de cerca de 10 estudantes universitários portugueses no Future Seeds Summer Camp na China, permitindo-lhes conhecer as tecnologias avançadas. A Huawei desenvolve ainda o projeto “Mobile Classroom” para pequenas e médias empresas em Portugal, através do qual organiza visitas do Huawei Smart Bus a escolas de ensino básico e secundário em várias regiões, promovendo o conhecimento das tecnologias TIC e das práticas mais avançadas, tendo já formado 643 professores e 10.869 jovens estudantes.
O Grupo Fosun, em parceria com a Fidelidade e o Hospital da Luz, lançou o projeto Protechting Global Youth Innovation, que oferece apoio financeiro, orientação e recursos a projetos empreendedores nas áreas de tecnologia médica, tecnologia de seguros, inteligência artificial e novas tecnologias. Os empreendedores podem não só receber apoio financeiro de 50.000 euros, como também beneficiar do ecossistema global do Fosun e dos recursos dos seus parceiros para expandirem para mercados internacionais, acelerando a implementação das suas tecnologias.
4. As empresas chinesas integram e beneficiam a comunidade local. No que diz respeito à criação de empregos, as empresas chinesas e as suas empresas associadas e participadas geraram mais de 90.000 postos de trabalho em Portugal, sendo que a grande maioria desses empregos são nas áreas de finanças, tecnologia e outros setores de elevado valor acrescentado. Na promoção da igualdade social, as empresas chinesas têm contribuído para a construção de comunidades mais harmoniosas, através de doações de fundos e bens às populações vulneráveis.
Entre as iniciativas, a Huawei, em colaboração com as autoridades municipais e organizações locais, criou 1.500 centros de formação em competências digitais e doou mais de 200 dispositivos tablet, ajudando mais de um milhão de idosos a aprender a utilizar a internet e dispositivos inteligentes; o Grupo Fosun, através da Fidelidade, implementou projetos de responsabilidade social, investindo quase três milhões de euros para apoiar organizações não lucrativas em 83 comunidades, promovendo a inclusão social, a prevenção da saúde e o envelhecimento. Além disso, realiza há 15 anos a atividade “Cabaz de Natal”, oferecendo alimentos e bens de necessidade a famílias de baixos rendimentos, organizações sociais e aposentados por acidente de trabalho; o Grupo Hengtong doou computadores portáteis, cabos e outros materiais a famílias locais em dificuldades.
Na promoção da interculturalidade, o Banco da China organizou um mês de divulgação cultural dedicado aos festivais chineses, promovendo exposições de fotografia e pintura de colaboradores, para fortalecer a integração cultural entre os dois países; o Grupo Hengtong patrocinou o clube de basquetebol de Ovar; a BEWG PT apoiou os festivais Regueifa e Biscoito na cidade de Valongo, instalando tendas de água e oferecendo gratuitamente água potável de alta qualidade, além de apoiar o Dia das Crianças em Ourém, organizando, em conjunto com a câmara municipal, várias atividades lúdicas e educativas.
As empresas chinesas têm mantido um compromisso de benefício mútuo e progresso conjunto, enraízam-se localmente e retribuem à comunidade ao longo de uma prática empresarial prolongada, e desenvolvem-se e crescem em parceria com as comunidades locais. Como embaixador em Portugal, estou muito contente de ver o impulso desta integração e desenvolvimento. Acredito também que as empresas chinesas continuarão a manter o seu compromisso com a missão de “explorar novas oportunidades, operar de forma legal e em conformidade, cumprir conscientemente a responsabilidade social, promover a cooperação económica e comercial entre os dois países e expandir o benefício mútuo”, tornando-se a âncora e o motor que impulsionam o desenvolvimento estável das relações entre a China e Portugal.