Benfica: 1,9 milhões sobre investigação foram pagos em seis meses e levantados em dinheiro vivo

Os 1,9 milhões de euros que estão em causa na investigação que está a ser feita ao Sport Lisboa e Benfica terão sido pagos a um fornecedor no espaço de seis meses e, depois, levantados em dinheiro vivo, noticia o “Correio da Manhã”.

Na edição desta quinta-feira, 7 de junho, o jornal refere que as autoridades acreditam que este dinheiro, depois de levantado, terá regressado ao clube, “para um saco azul”.

“É dinheiro que depois pode pagar despesas não documentadas, como atos de corrupção no futebol, algo em que o Benfica também está sob investigação”, informa o “Correio da Manhã”.

O Sport Lisboa e Benfica foi alvo de buscas, a 5 de junho, numa investigação das autoridades por “suspeitas dos crimes de branqueamento e fraude fiscal”. Fonte ligada ao processo disse ao Jornal Económico que a investigação tem como objeto a atividade de duas empresas que eram fornecedoras do Benfica.

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) informou que três pessoas singulares e três sociedades foram constituídas arguidas, no seguimento das buscas feitas na terça-feira, 5 de junho, em que se cumpriram três mandados de buscas domiciliárias e cinco não domiciliárias.

Em comunicado, o Benfica repudiou a informação de que o processo esteja ligado ao clube. “Tal informação é falsa e carece de qualquer fundamento”, garantiu, em comunicado, apontando que o alvo da investigação são “empresas terceiras”.

“O Sport Lisboa e Benfica confirma que, no âmbito de uma investigação que envolve empresas terceiras, foi solicitada e recolhida informação junto dos serviços do clube pelo facto de serem entidades que nos prestam serviços”, refere.

Procuradoria aponta “propósito de retirar dinheiro do Benfica”

PGDL informou que dois dos mandados de busca cumpridos respeitavam “às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios”.

Refere, depois que se indicia “suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660 euros”, explica a PGDL, acrescentando que estes montantes “acabavam depois por ser levantados em numerário”.

Suspeita a PGDL que uma das empresas “terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica”.

Fonte ligada ao clube da Luz disse ao Jornal Económico que se tratam de duas empresas que são fornecedoras do Benfica, “uma delas com trabalhos prestados quase em permanência”. E que estará envolvida uma terceira empresa, formada por estas duas.