Não há dúvidas de que o Benfica é um clube unificador. Ao contrário de outros cujo sonho era ser o maior de Portugal, o Benfica estende-se pelo território português praticamente por igual, despertando fervor clubístico em qualquer lugar. Em vez de dividir para tentar reinar, o Benfica reina precisamente porque não divide: antes une todo o povo, de Sagres a Bragança, de Barrancos à Gafanha da Nazaré – já para não falar nas comunidades portuguesas.

Esta difusão e a aproximação do clube aos seus adeptos nem sempre é reconhecida. Pelo contrário, raras vezes é lembrada quando se avalia o mandato dos órgãos sociais. É normal: há muita gente para quem importa não sublinhar o que de bom foi feito até agora, nem que para isso seja necessário passar por cima dos factos e fingir que eles não existem.

No entanto, factos são factos e Vieira e a sua equipa tem-nos do seu lado. Tratemos só dos simples. As Casas, Filiais e Delegações do Benfica, são uma das grandes forças do Clube. Isto é um facto e é irrebatível. Mais: as Casas do Benfica têm um papel fundamental enquanto dinamizador social, estima-se que mais de 40 mil atletas pratiquem desporto através das Casas do Benfica de todo o mundo e na micro criação de emprego.

Outro facto: o Benfica tem as suas Casas distribuídas pelos cinco continentes. O atual presidente durante os seus mandatos inaugurou mais de 100 novas Casas duplicando o número existente em 2003. Tudo isto são factos, mas os mais céticos podem atrever-se a análises subjetivas. Para esses, temos mais factos: o Benfica é o único clube do mundo que permite, de forma presencial nas Casas do Benfica, que os sócios e adeptos tenham acesso aos mesmos serviços que se encontram no estádio.

Podia continuar enumerando as vantagens das Casas para os sócios e adeptos que residem fora de Lisboa, nomeadamente o acesso aos bilhetes para jogos ou a renovação do redPass, mas tenho também de destacar a inovação que Jorge Jacinto – Diretor das Casas do Benfica, desenvolveu ao criar um modelo de Casa com gestão profissional. Depois da uniformização da imagem e a disponibilização de serviços em rede com este passo fica assim criado um verdadeiro conceito de franchising.

Mas o mais importante é a ambição de fazer mais: garantir a continuidade e até o reforço de um projeto único que mantém o Clube ligado aos seus adeptos, independentemente do lugar onde estes se encontrem – um projeto que garanta que o Benfica continuará a ser um clube de todos e em toda a parte.

Quando digo toda a parte, falo também de um Benfica além-fronteiras. É por lá que passa o futuro, pelo assumir e reclamar da herança que deixámos nos PALOP. O Benfica tem de reforçar este ponto, tem de investir ainda mais na expansão da rede das Casas do Benfica, tem de penetrar cada vez mais nos países de Língua Portuguesa.

Uma política séria e firme de expansão corresponde a uma política de crescimento e é um sinal de visão estratégica, porque vai garantir retorno, vai aumentar as vendas de merchandising e vai atrair novos sócios. Queremos um Benfica que chegue a todos e que chegue longe.

O autor assina este artigo na qualidade de Diretor-Geral da Microsoft Europa Ocidental e de sócio 25768.