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Bilionários acumulam mais riqueza que 60% da população mundial

A organização não-governamental Oxfam aponta que se os 1% mais ricos do mundo pagassem “apenas” mais 0,5% de impostos sobre o seu património ao longo dos próximos 10 anos este valor seria o necessário para criar 117 milhões de empregos em setores como a educação e a saúde em todo o mundo.
20 Janeiro 2020, 09h37

Os 2.153 bilionários que existem no mundo (“Forbes” 2019) têm mais riqueza do que os 4,6 mil milhões de pessoas que representam 60% da população do planeta, de acordo com um relatório divulgado esta segunda-feira pela organização não-governamental (ONG) Oxfam.

A análise da Oxfam, com base no mais recente “Global Wealth Databook” do Instituto de Investigação do Credit Suisse é apresentada no âmbito do Fórum Económico Mundial, que arranca amanhã em Davos, na Suíça. A ONG internacional estará presente no encontro para mostrar que o número de bilionários duplicou na última década, mas a desigualdade também tem crescido.

“A lacuna entre ricos e pobres não pode ser resolvida sem políticas deliberadas de combate à desigualdade, e poucos governos estão comprometidos com elas”, defende Amitabh Behar, CEO da Oxfam Índia e representante desta ONG em Davos. “As nossas economias colapsadas estão a encher os bolsos dos bilionários e das grandes empresas às custas de homens e mulheres comuns”, alertou.

A Oxfam defende ainda que a pressão sobre os cuidadores, pagos ou informais/não remunerados, deve crescer nos próximos 10 anos, à medida que a população global aumentar e envelhecer. Aliás, os autores do relatório estimam que 2,3 mil milhões de pessoas vão precisar de cuidados até 2030, mais 200 milhões do que em 2015. Parte da culpa são as alterações climáticas, que, segundo os investigadores, podem piorar a crise de assistência. “Até 2025, até 2,425 mil milhões de pessoas vão viver em áreas sem água suficiente”, pode ler-se no documento.

A ONG – que reúne 19 organizações e mais de 3 mil parceiros em 90 países – teoriza ainda que se 1% dos mais afortunados pagasse “apenas” mais 0,5% de impostos sobre o seu património ao longo dos próximos 10 anos seria igual ao investimento necessário para criar 117 milhões de empregos em segmentos de atividade como a educação e a saúde.

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