Bison Bank com lucros de 2,5 milhões de 2024 com produto bancário a crescer 42%

Os lucros do Bison Bank ascenderam a 2,5 milhões de euros, o que compara com 600 mil euros de lucros no ano passado.

O ex- Banif Banco de Investimento foi comprado em 2018. Em julho de 2018, o grupo Bison Capital, com sede em Hong Kong, fechou o acordo para a aquisição do Banif – Banco de Investimento. A operação ficou concluída quase dois anos depois de assinado o acordo para a venda.

Hoje o Bison Bank é essencialmente vocacionado para o private banking.

“O negócio evoluiu de forma robusta no ano passado, com um crescimento de 42% do produto bancário para 12,1 milhões”, diz o banco liderado por António Henriques.

O banco reporta mais de 4.300 clientes e 3,3 mil milhões de euros de ativos sob gestão. O crescimento do número de clientes é a pedra de toque dos resultados.

As principais componentes da evolução do produto bancário foram as comissões e a margem financeira, que atingiram os 4,6 milhões de euros e 7,6 milhões em 2024, respetivamente.

O CEO, na conferência de imprensa, explicou que o banco não tem crédito, vive de comissões e margem de gestão do próprio balanço e “o objetivo é reduzir o peso da margem e subir o peso das comissões, para o banco ficar menos dependente das condições de mercado”.

O banco tem mantido a base de custos e crescido do lado da receita, explica o CEO do Bison Bank.

O balanço do banco tem crescido e “manteve níveis robustos de solvabilidade”, acrescenta.

O ativo total e os depósitos de clientes do Bison Bank atingiram valores de 406 milhões e 352 milhões de euros, respetivamente. O rácio CET1 está nos 37,4%, um dos mais elevados do setor bancário europeu, sublinha o banco.

“Os depósitos tem sido uma aposta nossa”, disse António Henriques numa conferência de imprensa onde esteve presente o presidente Fang Bian.

O Bison Bank começou por ser mais conhecido fora de Portugal do que cá e para combater essa realidade “criámos uma linha de depósitos a prazo e começamos a trazer clientes portugueses”.

“O Bison Bank atingiu claramente uma fase de consolidação. Conseguimos atingir resultados positivos sustentáveis num mercado altamente competitivo, o que é significativo para um banco jovem e inovador como o Bison”, refere António Henriques, CEO do Bison Bank.

“O crescimento em todas as métricas-chave foi impressionante: triplicámos a base de clientes, triplicámos o volume de transações e quintuplicámos os ativos sob gestão. A diversificação da oferta de ativos e parcerias estratégicas, como com a Fireblocks e a Circle, demonstra maturidade do modelo de negócio e redução de riscos operacionais”, acrescenta.

A Bison Digital Assets (BDA), o primeiro prestador de serviços de Ativos Virtuais (VASP) licenciado pelo Banco de Portugal e totalmente detido por um banco português, registou resultados positivos pela primeira vez em 2024, apenas com dois anos de operação, com 130 milhões de euros de volume transacionado e mais de 150 clientes institucionais e individuais de elevado património, que representa um aumento para o triplo face a 2023.

Os resultados líquidos desta subsidiária ascenderam 80 mil euros. “Permanecemos com cinco tokens”, explica.

A BDA também anunciou a integração na Fireblocks, uma plataforma empresarial que gere operações de ativos digitais e possibilita a construção de negócios inovadores em blockchain e, também, a disponibilização de dois novos tokens  EURC e Solana (SOL).

O CEO explicou que não são afetados na atividade atual pela falta da transposição da legislação MiCA que estabelece normas uniformes aplicáveis à emissão, oferta pública e prestação de serviços relacionados com criptoactivos, com o objetivo de contribuir para a estabilidade do sistema financeiro e a prevenção de práticas abusivas.

Mas para desenvolver mais a atividade no ecossistema dos criptoativos o banco tem de esperar pela transposição da diretiva que se atrasou com a queda do Governo, explicou António Henriques.

Com a transposição da MiCA a atividade de criptoactivos vai passar a poder ser feita nos bancos. Caberá depois à administração do Bison Bank decidir se a custódia e trading de ativos virtuais vai passar para o banco.

Em 2024, o Bison Bank fortaleceu a sua posição como líder em inovação financeira com duas novidades importantes: a integração de operações com stablecoins, numa parceria com a Circle, o que passou a permitir transações mais ágeis e seguras, e o lançamento do Bison Card em parceria com a Visa e a Minsait (agora Nuek), que ofereceu aos clientes uma solução de pagamento digital inovadora e acessível.

Sobre o impacto do atual contexto de guerra comercial, o CEO disse que “não temos impacto forte direto no contexto dos nossos clientes porque tem essencialmente ativos portugueses. Por outro lado o banco depositário vive 60% a 70% da economia portuguesa”.

No entanto, os bancos aplicam a sua tesouraria em treasuries é uma das áreas que está a sofrer, não tanto diretamente pela aplicação das tarifas, mas pela reação dos vários países, disse ainda.