[weglot_switcher]

Black Friday deste ano vai revelar fraquezas do setor a retalho, estima comércio digital

Ao JE, o Kuanto Kusta e a Insania consideram que a pandemia digitalizou o comércio e que as lojas físicas poderão sair mais penalizadas que nunca caso não adotem estratégias mais virtuais.
  • Andy Rain/EPA/Lusa
12 Novembro 2020, 08h07

A última sexta-feira do mês de novembro, mais conhecida por Black Friday, promete uma série de descontos em produtos que variam desde tecnologia, a eletrodomésticos e até vestuário.

Este ano, devido à pandemia, muitas lojas — físicas e online — já começaram a antecipar a venda dos seus produtos  e antecipa-se que se atinjam valores elevados quanto ao número de vendas. Segundo as estimativas dos CTT, o comércio eletrónico cresceu 20% em Portugal, para 5,9 mil milhões de euros, em 2019, e antecipa-se que no próximo ano esse valor venha a aumentar.

Ao Jornal Económico (JE), o Kuanto Kusta, um dos canais mais influentes a nível de e-commerce e o maior comparador de preços a nível nacional, considera que a pandemia digitalizou o comércio e que as lojas físicas poderão sair mais penalizadas que nunca caso não adotem estratégias mais virtuais

“Esta Black Friday tornará mais evidentes as fraquezas do retalho e obrigará as empresas a tornarem-se mais ágeis face a uma época de alguma incerteza, para sobreviverem ter uma estratégia digital e omnicanal é fundamental”, explica o CEO, Paulo Pimenta.

Olhando para a edição anterior, as lojas que integram a plataforma online geraram mais de 65 milhões em receita e ultrapassaram os 2,2 milhões de visitas através do website. Para este ano, o responsável antecipa uma forte adesão à iniciativa, já o dono da Insania, uma plataforma de venda de gagdets online admite que “as vendas vão disparar”.

Comparativamente ao mesmo período do ano passado, o CEO José Veiga diz que o número de transações cresceu 65%, a receita 60% e o valor médio por compra 26%.

“Este ano está a ser um ótimo ano para o e-commerce, apesar de não ser pelas melhores razões. Se a tendência se mantiver, nesta Black Friday as vendas vão disparar”, referiu ao JE. “Refiro-me ao rápido acesso a toda a oferta e à facilidade em selecionar informação e de comparar preços. Em tempos de incerteza, este é um aspeto importante para quem procura comprar em segurança e a preços mais baixos”.

Produtos de beleza e higiene pessoal vão ultrapassar procura por portáteis e computadores

Os produtos de eleição, à semelhança de 2019, continuarão a ser os de tecnologia nomeadamente consolas — como a Playstation 5 e 4, a Nintendo Switch e a Xbox —, televisores, smartphones e eletrodomésticos. Segundo o porta-voz do Kuanto Kusta, fica de fora a procura por portáteis, computadores de secretária e periféricos uma vez que, durante os meses de abril, maio e novamente em setembro, com a imposição do teletrabalho e da telescola, registou-se uma enorme procura.

No fundo, os consumidores irão, acima de tudo, antecipar as compras de Natal “o que levará a categoria de brinquedos e perfumes a superar os recordes de crescimento do ano passado”, informa Paulo Pimenta.

Já o porta-voz da Insania acrescenta que à lista de produtos de eleição estarão também produtos para casa e cozinha, bens de higiene pessoal, eletrónica, desporto e bem-estar.

No ano passado, os dados da SIBS, empresa que gere a rede multibanco, mostraram que as compras online no dia da Black Friday representaram 10,4% do total de compras, acima dos 8,6% registados na edição do ano anterior.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.