No entanto, os tempos mudam. As empresas e as próprias famílias evoluem e crescem. Os membros das gerações seguintes rapidamente começam a participar na vida da empresa, quer como accionistas, quer como colaboradores, e o fundador pode começa naturalmente a questionar-se sobre o futuro do negócio da família. Isto determina, normalmente, perguntas sobre o planeamento da sucessão, sobre estratégia corporativa e sobre a dinâmica familiar, com cada tema a ter o potencial de introduzir conflitos na família e nos negócios.
Para muitas empresas familiares, isto conduz com frequência à decisão de avaliar a criação de estruturas de governação mais formais da família e da empresa, tais como conselhos de administração e conselhos de família. Desta forma, as famílias deverão tomar decisões adequadas quanto a essas estruturas de governação, tendo em atenção a dimensão do negócio familiar. Provavelmente, uma das consequências mais importantes destas decisões é permitir a cada membro da família compreender qual o papel individual que é mais adequado para o sucesso dos negócios.
No entanto, em muitos casos a abordagem seguida pelas empresas familiares leva a um desalinhamento entre as necessidades da família e as do negócio. Por exemplo, quando o conselho de administração inicial é composto apenas por membros da família, há o risco de se misturar a discussão de assuntos de família com assuntos de negócio, criando-se atritos e perdendo-se foco empresarial.
Uma boa opção para muitas situações é a separação entre o conselho de administração e um conselho de família, os quais deverão ser cuidadosamente estruturados de forma a potenciar o crescimento do negócio e a maximizar a criação de valor para a família. Geralmente, um conselho de administração lida com as preocupações estratégicas do negócio, desde a identificação e gestão de riscos até ao planeamento da sucessão da liderança da empresa. Por sua vez, um conselho de família supervisiona a visão familiar, definindo a compensação dos seus elementos, a política de emprego de membros da família na empresa e o modelo de preparação das gerações seguintes para a liderança.
O objetivo deste modelo de organização é o de construir e manter a coesão da família, ao mesmo tempo que assegura o crescimento dos negócios e protege o legado do fundador, bem como a criação de valor a longo prazo para a família. Esta divisão de responsabilidades é importante para o sucesso da família e das empresas, contribuindo para construir um legado positivo para as gerações vindouras.