A BODIVA – Bolsa de Dívida e Valores de Angola apresentou os resultados do exercício de 2024, um ano que se destaca pela consolidação do seu crescimento e pela histórica admissão à negociação em bolsa.
Apesar dos desafios macroeconómicos, a BODIVA manteve o seu compromisso com a transparência e a eficiência, atingindo um volume de negócios de 5.102 milhões de kwanzas (7,29 milhões de euros), o que representa uma redução de 27% em relação ao período homólogo. O EBITDA registou uma descida de 49%, fixando-se em 27%, enquanto o ativo líquido totalizou 9.749 milhões de kwanzas (13,9 milhões de euros), uma diminuição de 3% face ao ano anterior. O resultado líquido situou-se em 1.333 milhões de kwanzas (1,9 milhões de euros), menos 57% que em 2023.
Estes resultados refletem não apenas a dinâmica do mercado, mas também os desafios impostos pelo contexto económico e financeiro, que influenciaram o comportamento dos investidores e a liquidez do mercado. A conjuntura macroeconómica adversa, caracterizada por alterações na gestão da dívida pública e pela adaptação ao novo modelo de intermediação, teve um impacto significativo nos indicadores financeiros da BODIVA.
O ano de 2024 é assinalável por ser aquele em que a BODIVA se tornou uma sociedade cotada em Bolsa, após uma década de atividade, e a concretização da Oferta Pública de Venda evidenciou a confiança dos investidores, com um rácio de procura de 778,9% ao preço máximo de 13.259 de kwanzas (18,2 euros).
Quanto à política de dividendos, a BODIVA equilibra o retorno aos acionistas com a necessidade de reinvestimento estratégico.
Em 2024, apesar de ser o ano com o menor valor absoluto distribuído em dividendos, essa decisão decorre do contexto excepcional da entrada em Bolsa. Com um resultado líquido individual de 1.332.933.713 de kwanzas, os acionistas aprovaram a aplicação dos lucros, sendo 27% alocados para reservas legais, 29% para resultados transitados, e 44% destinados a dividendos, refletindo o compromisso contínuo com a remuneração dos acionistas.
No que diz respeito ao mercado, o primário registou a admissão da ENSA e a Oferta Pública de Venda da ACREP.
No mercado secundário, o montante negociado atingiu 6.055 mil milhões de kwanzas (8,65 milhões), através de 10.328 negócios, mais 105% que em 2023, embora tenha ocorrido uma redução de 22,43% em relação a dezembro do mesmo ano.
Para 2025, a BODIVA reafirma o seu compromisso com a diversificação e dinamização do mercado de capitais, promovendo a admissão de novas empresas e estimulando o investimento de retalho e institucional, tanto nacional quanto estrangeiro.
A presidente da comissão executiva da BODIVA, Cristina Lourenço, destacou que o objetivo é consolidar o mercado de capitais como o mecanismo central de financiamento da economia nacional, assegurando valor para os investidores e para o país.
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