A Boeing tem atravessado nos últimos meses um descalabro empresarial com estrondo planetário, e cujas consequências ainda estão longe de poder ser contabilizadas na sua total extensão e profundidade, desde que foram conhecidas as responsabilidades da empresa nas deficiências de fabrico de um novo modelo de avião de longo curso, o Boeing 737-Max, que após dois acidentes trágicos no ano passado que provocaram a morte de 346 pessoas, foram obrigados a ficar no solo. A Boeing, maior empresa industrial dos Estados Unidos e, portanto, de todo o mundo, está a sofrer choques sísmicos sucessivos que estão a abalar a sua estrutura, das bases ao topo, tendo levado nas últimas semanas à libertação em público de dezenas de documentos internos de engenheiros e outros profissionais da construtora aeronáutica a questionar os métodos de governance interna do grupo e de primazia pela redução de custos em detrimento de elevados padrões de segurança e de testes prévios consecutivos antes da entrada no mercado do referido modelo.
Foram os próprios funcionários da Boeing os responsáveis pelo mimo de que a construtora aeronáutica terá produzido os aviões 737-Max, “projetados por palhaços supervisionados por macacos”. Uma das primeiras cabeças a rolar foi o anterior CEO, Dennis Muilenburg, que não aguentou a pressão. Aguentou sozinho a responsabilidade por este avião ‘maldito’ e teve como prémio 72 milhões de euros em ações e outros ativos, uma decisão que fez desabar mais uma chuvada de críticas sobre a empresa.
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