[weglot_switcher]

Bolsa de Lisboa lidera perdas na Europa em época de resultados

O mercado nacional fechou em baixa mas grande partes dessa desvalorização é explicada pelo facto da EDP ter negociado ex-dividendo. As contas empresariais estiveram em destaque, numa sessão mista na Europa.
12 Maio 2020, 17h58

Perdas do PSI-20 (-1,37% para 4.152,15  pontos) contrastam com os ganhos do espanhol IBEX (+1,36% para 6.762,7 pontos). Na sessão a pior performance coube à Corticeira Amorim (-4,58% para 8,95 euros; depois surge a Sonae (-3,12% para 0,6680 euros), depois de ontem a Sonaecom ter apresentado prejuízos no trimestre. A Semapa caiu -2,87% para 8,45 euros; seguindo-se os CTT que tombaram -2,91% para 2,00 euros.

Destaque também para a queda da Galp que fechou com -1,23% para cotar nos 10,01 euros, em contra-mão com a subida de cerca de 1% do Brent nos mercados internacionais.

Segundo o BPI, “o mercado nacional fechou em baixa mas grande partes dessa desvalorização é explicada pelo facto da EDP ter negociado ex-dividendo (0,19 euros). Este efeito equivaleu a um recuo aproximado de 0,80% do PSI20. Ajustada a este efeito, as ações da EDP fecharam a perder 0,49% nos 3,895 euros”.

Pela positiva destacaram-se as ações da EDP Renováveis (+1,24% para 11,44 euros) e a Ibersol que valorizou em bolsa +1,49% para 4,10 euros. No verde fecharam ainda a REN (+0,82% para 2,445 euros) e a Mota-Engil (+0,56% para 1,082 euros).

“As bolsas europeias fecham a sessão sem sentimento definido com o PSI-20 a demonstrar uma desvalorização de 1,4%, castigado pelas desvalorizações da Corticeira Amorim (-4,58%) e EDP (-5,1%), sendo que no caso desta última os títulos deixaram de conferir direito ao dividendo de 2019”, realça por sua vez Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investment banking.

As contas do trimestre estão aí e influenciam a evolução das cotações. A Sonaecom já tem data de pagamento de dividendo. A empresa vai pagar um dividendo bruto de 0,083 euros por ação, a partir de 22 de maio, sendo que as ações deixam de conferir direito ao mesmo a partir de dia 20 de maio, inclusive.

A Mota-Engil mostrou as contas de 2019 e o volume de negócios no ano passado cresceu 1% para 2,8 mil milhões e o resultado líquido anual aumentou 14,7% para 27 milhões.

O espanhol IBEX contrasta com o índice português e valorizou 1,4%, impulsionado pelas valorizações da Inditex (+5,28%) e Cellnex (+4,18%).

O EuroStoxx 50 subiu +0,02% para 2.884,2 pontos. Mas nem todas as praças fecharam no verde. Paris  caiu -0,39% para 4.472,5 pontos e o alemão DAX deslizou -0,05% para 10.819,5 pontos. Pela positiva destacaram-se o londrino FTSE que subiu +0,93% para 5.994,8 pontos; o FTSE de Milão também subiu (+1,02% para 17.559,32 pontos) e o índice de Amesterdão fechou ligeiramente positivo (+0,02%).

O analista do BCP destaca que “na sessão desta terça-feira as declarações do Ministro das Finanças chinês, sobre novas isenções que entrarão em vigor a 19 de maio e expirarão a 18 de maio de 2021 e as declarações da FED, onde afirmou que irá começar a comprar ETFs de dívida corporativa estiveram em destaque”.

O BPI realça que “os investidores foram acompanhando alguns resultados publicados, bem como todas as frentes/consequências que respeitam a reabertura de algumas economias”.

O preço do petróleo segue animado e valoriza 2,03% no fecho do mercado europeu, “após notícias de que algumas empresas norte-americanas de shale oil estão a retomar as operações”.

O analista do BCP chama a atenção para os novos casos de Covid-19, após o relaxamento das restrições em alguns países da Ásia, incluindo Coreia do Sul e China. “Sendo que a cidade de Wuhan irá testar a sua população de 11 milhões, depois de ter relatado novas infeções pela primeira vez desde as restrições serem levantadas”.

No seio empresarial destaque para as valorizações da Vodafone e Iliad após terem apresentado contas, impulsionando o setor Telecom, que demonstrou a maior valorização no universo Stoxx600 (+2,60%).

Aliás as contas empresariais estiveram em destaque. Para além da Vodafone também as Alstom e Deutsche Post fecharam positivas após a apresentação de números. Já a Thyssenkrupp reage negativamente e recuou 15,31%.

Na seguradora Allianz, o resultado líquido fica abaixo do esperado Resultado líquido ajustado contraiu 24% para 1,50 mil milhões, ficando aquém do consenso dos analistas que apontava para os 1,57 mil milhões.

Na Deutsche Post as receitas até superam previsões, mas resultado operacional desilude. O resultado líquido ajustado aumentou 13,5% para 1,65 mil milhões, ficando aquém do consenso dos analistas que apontava para os 1,76 mil milhões. Já da Vodafone chegou a notícia que propôs um dividendo final de 0,045 euros por ação.

Ainda nas empresas destaque para a notícia que a Uber pode estar em negociações para adquirir a Grubhub, sediada em Chicago e fundada em 2004.

O euro sobe +0,42% para 1,0852 dólares.

No mercado de dívida pública, os juros a 10 anos da Alemanha sobem 0,53 pontos para -0,51%. Portugal tem os juros a caírem no mercado secundário -1,76 pontos base para 0,91%, ao passo que Espanha vê também os juros descerem 2,58 pontos para 0,78%. Já Itália tem as obrigações do Estado a subirem 1,14 pontos base para 1,89%.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.