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Bolsa em queda com Mota, BCP, Navigator e Altri a liderarem, acompanha Europa

O BCP já está abaixo dos 19 cêntimos. As produtoras de matérias-primas e a banca foram os setores que mais penalizaram a negociação na Europa. Os investidores estão cautelosos com a possibilidade dos EUA avançarem com a imposição de tarifas sobre produtos chineses a partir do dia 15 de dezembro.
REUTERS / Toby Melville
3 Dezembro 2019, 17h41

O mercado nacional terminou em baixa, em linha com a maioria das bolsas europeias. O PSI-20 deslizou 0,99% para 5.037,6 pontos. Os títulos mais cíclicos foram os mais penalizados, com destaque para a Altri (-2,23% para 5,470 euros), a Navigator (-1,59% para 3,458 euros e a Mota-Engil (-2,89% para 1,816 euros).

O BCP seguiu a tendência do respetivo setor na Europa, tendo perdido mais de -1,92% para 0,1886 euros.

Também a Pharol voltou a cair (-2,15% para 0,10 euros).

A Sonae Capital recuou -1,89% e a Semapa (dona da Navigator) deslizou -1,59% para 3,458 euros).

Neste cenário negro, pela positiva sobressaíram os CTT que contrariaram a tendência descendente e fecharam a subir 1,36% para 3,140 euros. Também a Ibersol se destacou pela positiva ao subir +2,45% para 7,520 euros.

O BPI destaca no comentário de fecho que as ações da Impresa caíram mais de 1%. A empresa informou que a SIC foi o canal mais visto em novembro, com uma quota de audiência de 20,40%. A TVI registou uma quota de audiência de 14,10% no mesmo mês. Nos primeiros 11 meses do ano, a SIC também liderou as audiências, com uma quota de 19,10%, face aos 15,70% da TVI e aos 12,40% da RTP1.

O analista da Mtrader destaca na sua análise que as tarifas comerciais estiveram na ordem do dia, e que o ouro atua como refúgio.

A sessão foi de perdas para a maioria dos índices europeus. O EuroStoxx 50 caiu 0,43% para 3.610,99 pontos. Tirando a Alemanha, a Itália e Dinamarca, que fecharam no verde, todos os índices caíram. O CAC tombou 1,03% para 5.727,2 pontos e o IBEX recuou 0,22% para 9.135,7 pontos. Já o Dax avançou 0,19% para 12.989,3 pontos e o FTSE MIB ganhou 0,03% para 22.736,5 pontos.

Os analistas apontam como causa da queda dos mercados de ações as intervenções de ontem de Donald Trump que “reavivaram os receios dos investidores no que se refere às relações dos EUA com os seus parceiros comerciais”, diz o analista do BPI. Estes receios foram reforçados pela intenção do Governo Americano em taxar a 100% alguns produtos franceses de luxo como o champagne, os queijos, as malas de senhora, entre outros, num total de 2.400 milhões de dólares de produtos. Neste contexto, ações de fabricantes de artigos de luxo como a LVMH, a Hermés, entre outras, registaram perdas.

No setor bancário, o Unicredit manteve-se praticamente inalterado. O banco italiano anunciou que irá recomprar 2.000 milhões de euros em ações próprias nos próximos 4 anos.

“Os comentários de Trump foram tema central, isto depois do Presidente norte-americano ter referido que não há urgência na assinatura de um acordo com a China”, escreve por sua vez Ramiro Loureiro, analista do BCP (Mtrader), na sua análise de fecho dos mercados.

O analista do BCP diz que os investidores estão cautelosos com a possibilidade dos EUA avançarem com a imposição de tarifas sobre produtos chineses a partir do dia 15 de dezembro, como está previsto. Adicionalmente, o anúncio feito ontem sobre a reaplicação de tarifas à importação de alumínio e aço do Brasil e Argentina pelos EUA, bem como a hipótese de aplicação de taxas adicionais a bens franceses importados em solo norte-americano, avançada hoje, foram outras condicionantes.

“Neste ambiente, o ouro acaba por disparar mais de 1% e atuar como refúgio, naquela que poderá ser a melhor sessão do último mês para a matéria-prima”, conclui o analista da Mtrader.

A ‘yield’ das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos segue a negociar nos 0,365%, caindo 9,8 pontos base face ao fecho anterior. A dívida alemã também cai, mas menos, 6,7 pontos base para -0,348%. Já a dívida espanhola recua 7,9 pontos base para 0,411% e o italiana desce 6,5 pontos base para 1,286%.

O euro sobe 0,06% para 1,1086 dólares.

Em novembro de 2019, a taxa de câmbio Euro-Dólar Americano (valor médio mensal) foi 1,1051, segundo o BCE.

O petróleo sobe 0,10% para 60,98 dólares no mercado de Londres.

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