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Bolsonaro critica Noruega com vídeo da Dinamarca

“Vejam o assassinato de baleias patrocinado pela Noruega”, escreveu o presidente brasileiro nas redes sociais, mas a matança não aconteceu na Noruega.
  • Varela Notícias
19 Agosto 2019, 17h00

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não gostou que a Noruega retirasse o seu apoio financeiro ao Fundo Amazónia e isso resultou numa crítica contra o país nórdico no Twitter.

No entanto, as imagens colocadas no vídeo partilhado por Bolsonaro não pertencem à Noruega mas sim às Ilhas Faroé, que por sua vez é um território dependente da Dinamarca.

“Vejam o assassinato de baleias patrocinado pela Noruega”, escreveu o presidente brasileiro nas redes sociais, colocando um ‘link’ de um vídeo que mostra diversas baleias a serem assassinadas. O vídeo mostra os animais a serem mortos na praia, com a água num tom avermelhado.

As imagens ilustram uma tradicional caçada que ocorre nas Ilhas Faroé. Na Noruega a caça de baleias é permitida mas estas são caçadas de forma individual e com menos publicidade, sendo que estas são caçadas em mar aberto, a partir de um barco e utilizando um arpão.

Bolsonaro foi criticado nas redes sociais devido ao erro. Muitos comentários afirmam que a publicação do presidente do Brasil é uma “notícia falsa”, enquanto outro utilizador do Twitter responde que ficou “preocupado, sempre achei que geografia e logística eram especialidades das forças armadas, mas pelos vistos não se sabe a diferença entre Noruega e Dinamarca”, referindo-se ao papel militar de Bolsonaro.

Ola Elvestuen, ministro do Ambiente e Clima da Noruega, acusou o Brasil de “não querer parar com a desflorestação” e terminou a doação para o Fundo de Conservação da Floresta Amazónica. O presidente brasileiro reagiu com violência e assumiu que a Noruega é “o país que mata baleias lá em cima, no Polo Norte, que também explora petróleo”. “Não tem nada a dar exemplo para nós. Pegue no dinheiro e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha”, afirmou o presidente.

A Noruega suspendeu o apoio ao Fundo da Floresta Amazónia na passada sexta-feira, depois de o governo de Bolsonaro ter bloqueado as operações. A decisão do país nórdico surge após a Alemanha ter também suspendido as doações. Até cancelar as doações, o país escandinavo era o maior financiador do fundo, com 93,8%.

Entre 2009 e 2018, o fundo recebeu mais de 771 milhões de euros em doações, sendo que a maior parte do dinheiro foi proveniente da Noruega. A Alemanha doou 5,7% e a Petrobras 0,5%.

A desflorestação na Amazónia disparou desde que Bolsonaro foi eleito para a presidência e os seus planos para explorar a região e ações para enfraquecer a proteção ambiental assustaram os ambientalistas mundiais. Um estudo confirmou que a tendência de crescimento da desflorestação na Amazónia, uma vez que em julho do presente ano, a desflorestação foi 66% superior em comparação com o ano anterior.

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