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Bolsonaro vai criar Conselho da Amazónia para melhorar gestão florestal

O presidente brasileiro é constantemente criticado, nacional e internacionalmente, pelo aumento da destruição da Amazónia ao longo do seu mandato, que os ambientalistas atribuem à retórica anti-ambientalista do chefe de Estado e ao desmantelamento dos órgãos de inspeção.
22 Janeiro 2020, 21h47

Tendo cedido à pressão para melhorar a gestão da floresta, o presidente brasileiro anunciou novas medidas para proteger a Amazónia. Depois das críticas pelos fogos que devastaram uma vasta área do território e os incentivos à desflorestação para a exploração agrícola e económica, o chefe de Estado do Brasil decretou a criação do Conselho da Amazónia.

Jair Bolsonaro anunciou, na rede social Twitter,  criação do Conselho da Amazónia, de natureza interministerial, que terá por objetivo coordenar as diversas ações direcionadas para a “proteção, defesa e desenvolvimento sustentável” daquela floresta. Além disso, Bolsonaro informou também sobre a criação de uma Força Nacional Ambiental, semelhante à Segurança Pública, que visa proteger a Amazónia.

O chefe de Estado brasileiro explicou ainda que o Conselho da Amazónia será coordenado pelo vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que usará a mesma estrutura da vice-presidência para trabalhar nesta nova tarefa. Jair Bolsonaro anunciou as medidas ambientais na sua conta no Twitter sem apresentar mais detalhes e também nenhuma outra agência governamental as especificou.

Hamilton Mourão usou a mesma rede social para “agradecer a confiança” depositada pelo Presidente ao incumbi-lo da coordenação do Conselho da Amazónia, acrescentando: “A selva une-nos e a Amazónia pertence-nos”.

Politica ambiental do governo de Bolsonaro

A decisão de Jair Bolsonaro chega um ano depois de ter chegado à liderança do país, sendo que a questão ambiental desgastou bastante o seu governo, tanto a nível nacional como internacional. Ainda assim, a ideia uma força especial de defesa da floresta amazónica corresponde a uma antiga proposta do Partido dos Trabalhadores (PT), o maior partido da oposição.

A ideia passou a decreto em 2008, durante a presidência de Lula da Silva, mas acabou por nunca sair do papel, algo que está agora previsto acontecer com Jair Bolsonaro.

A política ambiental é uma questão delicada no Brasil, com o Presidente do país a causar polémica internacional quando tentou, em agosto passado, minimizar o aumento dos incêndios florestais na Amazónia brasileira, acusando a França de tentar retirar a soberania do país.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a desflorestação na Amazónia brasileira atingiu 9.166 quilómetros quadrados em 2019, naquele que foi o primeiro ano de gestão de Bolsonaro, um aumento 85% superior ao de 2018. É a maior área devastada da Amazónia num único ano desde 2016.

https://jornaleconomico.pt/noticias/antonio-costa-sobre-amazonia-o-brasil-precisa-de-solidariedade-e-nao-de-sancoes-482037

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