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Variante britânica pode ser até 30% “mais mortal”, alerta Boris Johnson

A taxa de transmissão (R) do SARS-CoV-2 no Reino Unido baixou para entre 0,8 e 1 desde a semana passada, calcularam os cientistas que aconselham o governo britânico, o que significa que a epidemia vai entrar numa fase de decréscimo no número de casos.
  • Boris Johnson
22 Janeiro 2021, 17h46

O epidemiologista do Grupo de Aconselhamento sobre Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes consultado pelo Governo britânico anunciou, esta sexta-feira, que a variante detetada no Reino Unido poderá ser até 30% mais fatal do que a estirpe que chegou em março do ano passado à Europa.

“Além de se espalhar mais rapidamente, agora também parece que há alguma evidência de que a nova variante — aquela que foi identificada pela primeira vez em Londres e no sudeste — pode estar associada a um grau mais alto de mortalidade”, começou por anunciar Boris Johnson, durante a conferência de imprensa desta tarde.

De acordo com o especialista Patrick Vallance, citado pelo “The Guardian”, para as pessoas com 60 anos, por exemplo, os dados disponíveis mostram que a cada mil pessoas infetadas com a antiga variante, dez poderiam morrer. Mas com esta nova variante a cifra aumenta para 13 ou 14, disse. E esta é uma proporção que se verifica também noutros grupos etários.

“Quero enfatizar que há muita incerteza em torno desses números e precisamos de mais trabalho para ter um controlo preciso sobre isso, mas obviamente é uma preocupação que isso tenha um aumento na mortalidade, bem como um aumento na transmissibilidade”, acrescentou.

Quanto à transmissão, sabe-se, por ora, que a nova estirpe se transmite entre 30% a 70% mais rapidamente do que a antiga. Não há grandes diferenças a apontar em relação às faixas etárias que afeta e os sintomas são iguais independentemente da idade, afirma, com base na informação das pessoas hospitalizadas com a nova estirpe. Segundo os especialistas, uma em cada 55 pessoas, em Londres, pode já ter tido contacto com o novo vírus.

Questionado sobre se o confinamento decretado irá prolongar-se, Boris Johnson afirmou que seria provável, uma vez que não pode dar ordem de desconfinamento “com as taxas de infeção ainda altas”. O Governo irá reavaliar as medidas de confinamento a 15 de fevereiro. m

A taxa de transmissão (R) do SARS-CoV-2 no Reino Unido baixou para entre 0,8 e 1 desde a semana passada, calcularam os cientistas que aconselham o governo britânico, o que significa que a epidemia vai entrar numa fase de decréscimo no número de casos.

Nas últimas estimativas, publicadas na semana passada, a taxa de transmissão tinha sido calculada em entre 1,2 e 1,3, indicando que a epidemia continuava em crescimento exponencial. A taxa de crescimento de casos, que na última atualização era de entre 2% e 5%, é agora de -4% a -1%.

O Reino Unido registou 1.401 mortes e 40.261 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo os dados das autoridades britânicas, que hoje também apresentou números que dão sinal de uma desaceleração da pandemia no país.  O número de mortes de hoje foi superior às 1.290 mortes notificadas na véspera.

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