“Vamos sair da União Europeia (UE) a 31 de outubro, com ou sem acordo. A melhor maneira de conseguir um bom acordo é preparando-nos para um não acordo.” A frase forte é de Boris Johnson, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e grande favorito à sucessão de Theresa May, no âmbito de uma conferência económica na Suíça, e é citada pelo “The Guardian”.
Johnson demitiu-se do executivo de Theresa May em julho de 2018, em rutura com a proposta da primeira-ministra para o Brexit – decidido em referendo a 23 de junho de 2016 –, de que foi apoiante fervoroso. Esperava-se que após a consulta, e com a demissão de David Cameron, avançasse para a disputa da liderança dos Conservadores e do Governo, mas tal não sucedeu.
Boris Johnson é um político irreverente que já disse ter “mais hipóteses de reencarnar como Elvis Presley ou numa azeitona do que ser primeiro-ministro”. No entanto, é agora apontado como o principal candidato ao cargo de primeiro-ministro. Autor de um rol de polémicas, disse recentemente que a cidade líbia Sirte poderia ser o novo Dubai, acrescentando: “tudo o que eles têm a fazer é retirar os corpos mortos das ruas”.
Os comentários deram origem à várias reações de condenação, com o Partido Trabalhista a classificar as declarações de “insensíveis e cruéis”, noticiou a BBC. Boris, que já foi jornalista, diretor da revista Spectator, deputado e presidente da câmara da Londres, esteve várias vezes à beira do fim político, mas sempre se conseguiu levantar.
Eleito deputado em 2001, Boris Johnson surpreendeu quando sete anos depois disse que queria ser mayor de Londres. Não foi levado a sério dentro dos Tories, mas acabaria por derrotar Ken Livingstone, sendo reeleito em 2012. Apoiante do ‘brexit’ foi o escolhido para a pasta do governo liderado por Theresa May. Ainda recentemente, já em plena campanha pelo Brexit, comparou as intenções de Bruxelas às de Adolf Hitler ou do imperador francês Napoleão Bonaparte.
Em 2015 cancelou uma visita à Cisjordânia por segurança, após dizer em Telavive que seria “completamente maluco” um boicote comercial a Israel. E também chegou a dizer que o Ocidente tem que “fazer um acordo com o diabo” – referindo-se ao líder russo Vladimir Putin e ao sírio Bashar al-Assad.
Já no ano de 2005, ainda Boris Johnson era o diretor da Spectator logo após os atentados ao metro de Londres: “Só não lhe chamem guerra“. Na altura, o ministro defendia que a guerra do Iraque “não criou o problema dos assassinos fundamentalistas do Islão”.
As situações insólitas não param. Num evento para promover os Jogos Olímpicos de 2012, por exemplo, ficou pendurado no ar quando fazia slide. No ano passado, numa viagem ao Japão, derrubou uma criança de dez anos num jogo de râguebi.
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