A Polícia Federal do Brasil acusou esta terça-feira Jair Bolsonaro de associação criminosa e falsificação dos seus próprios dados de vacinação contra o Covid-19. O Supremo Tribunal Federal divulgou a acusação da polícia, que alega que Bolsonaro e outras 16 pessoas inseriram informações falsas no banco de dados na área da saúde pública para fazer parecer que o ex-presidente, a sua filha de 12 anos e várias outras pessoas a ele ligadas receberam a vacina contra o Covid-19.
Bolsonaro foi um dos poucos líderes mundiais a criticar a vacina, desrespeitando abertamente as restrições sanitárias e incentivando a população a seguir o seu exemplo. O seu governo ignorou vários e-mails da farmacêutica Pfizer oferecendo ao Brasil dezenas de milhões de doses em 2020 e criticou abertamente uma medida do então governador do Estado de São Paulo, João Doria – que optou por comprar vacinas à empresa chinesa Sinovac quando não havia outras marcas disponíveis.
Segundo avança a imprensa brasileira, a Procuradoria-Geral da República terá a palavra final sobre se vai acompanhar a acusação policial contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
A polícia acusa Bolsonaro e alguns dos seus próximos de adulterar o banco de dados do Ministério da Saúde pouco antes de viajar para os Estados Unidos, em dezembro de 2022, dois meses depois de perder a reeleição para Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores – que assim regressou ao topo da hierarquia política brasileira.
Bolsonaro precisava de um certificado de vacinação para entrar nos Estados Unidos, onde permaneceu até os últimos dias do seu mandato e os primeiros meses do mandato de Lula – país de onde acompanhou a grave sublevação da ordem pública que ocorreu em janeiro de 2023.
Bolsonaro continua a ter uma forte base de apoio popular no seu país, como ficou mais uma vez claro no mês passado, com cerca de 185 mil pessoas se juntaram em São Paulo para denunciar o que dizem ser uma perseguição política ao ex-presidente, patrocinada pelo atual poder.
Recorde-se que o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil declarou Bolsonaro inelegível até 2030, sob o argumento de abuso de poder durante a campanha de 2022. O antigo presidente – que muitos analistas dizem que teria pretensões a voltar ao cargo – é investigado em outros casos – como por exemplo aquele que tem a ver com as joias que terão sido uma oferta de um país da Península Arábica.
Mas o caso mais difícil é ainda o que diz respeito ao seu suposto envolvimento no levantamento de 8 de janeiro de 2023 na capital, Brasília, logo após Lula da Silva assumir a presidência.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com