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Brasil defende reatores nucleares como solução para estabilizar sistema energético e atrair data centers

Tecnologia ajudará a garantir estabilidade do sistema elétrico e atrair investimentos, destaca Governo.
FILE PHOTO – Clouds are seen over the cooling tower of the nuclear power plant Isar 2 by the river Isar amid the energy crisis caused by Russia’s invasion of Ukraine, in Eschenbach near Landshut, Germany, August 1, 2022. REUTERS/Ayhan Uyanik
14 Maio 2025, 07h00

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reafirmou nesta segunda-feira a importância da implementação de pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) para o futuro da matriz energética do Brasil.

Segundo o governante, a tecnologia ajudará a garantir estabilidade do sistema elétrico nacional e atrair investimentos em data centers e inteligência artificial. De acordo com o ministro, o governo brasileiro pretende aproveitar a expertise da Rússia no setor nuclear para avançar na instalação de pequenos reatores nucleares.

“O mundo e o Brasil, principalmente por conta dos investimentos em energia eólica e solar, que são fontes intermitentes, precisam garantir a estabilização do sistema elétrico. Vamos fazer isso com térmicas, especialmente as movidas a urânio. O Brasil possui urânio em abundância, e é fundamental que invistamos em toda essa cadeia produtiva”, afirmou Silveira, que integrou missão oficial à Rússia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a conversa com jornalistas, Silveira destacou a importância da conclusão de Angra 3 com uma gestão segura de recursos. Para o ministro, a nuclear será decisiva para reforçar a confiabilidade do sistema elétrico nacional e criar um ambiente propício à instalação de novos data centers no país.

O ministro também ressaltou que os pequenos reatores nucleares podem ajudar a reduzir o custo com térmicas a óleo e com infraestrutura de transmissão.

Em declarações anteriores, Silveira já havia defendido o avanço da energia nuclear como alternativa estratégica para o Brasil, especialmente no suporte à demanda crescente por centros de dados. Em novembro do ano passado, reforçou a necessidade de concluir Angra 3 e expandir a fonte nuclear para atender a esse setor.

Cooperação Brasil-Rússia

Silveira disse ainda que o Brasil e a Tenex, subsidiária da estatal russa Rosatom, estão em negociações para assinar um memorando de entendimento visando estudar a exploração conjunta de urânio e lítio. O ministro informou que o governo russo deverá iniciar um processo de cooperação com o Brasil na área mineral, visando identificar oportunidades e potencialidades em território nacional.

Além da visita à Rússia, Alexandre Silveira também integra a missão oficial à China, liderada pelo presidente Lula, com acordos já firmados para desenvolvimento de energias renováveis e tecnologias de baixo carbono.

Silveira destacou que as conversas com o governo chinês também envolvem possíveis parcerias no setor nuclear, visando o intercâmbio de tecnologias.

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