No momento em que escrevi passaram mais de 24 horas sem que qualquer português, e o próprio António Costa, saiba qual é o crime sobre o qual recaem suspeitas sobre o PM demissionário.
Há, naturalmente, o segredo de Justiça, tantas vezes mutilado com fugas de informação para os media que só servem os interesses do Ministério Público, criando um caldo de incógnitas em torno de diversas figuras que foram, no imediato, chacinadas na pira da opinião pública.
Agora é brincar com o fogo. Um primeiro-ministro com maioria absoluta cai por um comunicado amplamente divulgado sob os auspícios da PGR. Ora, relembro que o processo contra José Sócrates se iniciou em 2014 e, até agora, ainda nem o julgamento começou.
No caso de Eduardo Cabrita, severamente acusado pelo atropelamento de uma pessoa no carro oficial em que seguia, o Ministério Público, afinal, não o levou a julgamento. São falhas a mais com uma curiosidade: quando a Justiça falha nunca há responsáveis.
Tem de haver tolerância zero para eventuais novos falhanços do Ministério Público, sob pena de um dos pilares essenciais do Estado de Direito, a Justiça, cair de podre por falta de credibilidade e de confiança dos portugueses.