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Bruxelas propõe aos EUA a eliminação de tarifas sobre produtos industriais

Em conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, a comissária da área do Comércio, Cecilia Malmström, salientou que a proposta hoje divulgada, e que vem no seguimento das negociações com os Estados Unidos iniciadas em julho passado, é “limitada, mas ainda assim importante, e será boa para ambos”.
18 Janeiro 2019, 18h54

A Comissão Europeia divulgou hoje que vai propor aos Estados Unidos, no âmbito da negociação sobre comércio, a eliminação das tarifas sobre produtos industriais, bem como a facilitação das trocas comerciais, classificando a proposta como “boa para ambos”.

Em conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, a comissária da área do Comércio, Cecilia Malmström, salientou que a proposta hoje divulgada, e que vem no seguimento das negociações com os Estados Unidos iniciadas em julho passado, é “limitada, mas ainda assim importante, e será boa para ambos”.

“Demos este passo hoje para mostrar que estamos preparados para negociar”, acrescentou a responsável.

Em causa está o anteprojeto que Bruxelas apresentará a Washington, ainda prazo previsto, e que se foca na eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, excluindo a área agrícola, bem como na redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes.

Cecilia Malmström notou que a eliminação das tarifas pode abranger “todos os setores” dentro do industrial, dependendo da resposta dos Estados Unidos, como “o das pescas e o dos veículos”, sendo que, neste último, “produtos como [carrinhas] ‘pick-up’” poderão ser abrangidos se houver “sensibilidade para tal”.

Para a comissária, “eliminar estas tarifas terá impactos positivos nos consumidores e nas empresas, particularmente as mais pequenas, mais afetadas por custos com burocracia”.

No final de julho do ano passado, reunidos em Washington, os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgaram uma série de medidas na agricultura, indústria e energia, para apaziguar o seu conflito comercial, mas os respetivos anúncios foram globalmente vagos.

A primeira área, da agricultura, não está para já abrangida porque além de não fazer parte da industrial, assim como noutras, “será difícil chegar a acordo”, assinalou Cecilia Malmström.

“É claro que há divergências, mas apresentamos estas propostas, como previsto, para mostrar que a curto prazo podemos avançar [nas negociações] e isso é benéfico para todos”, adiantou a comissária europeia.

E vincou: “Queremos evitar uma escalada nas tensões comerciais”.

Aquando da reunião, em julho passado, Donald Trump destacou a vontade comum de avançar, a prazo, para “zero tarifas alfandegárias” nas suas trocas industriais, com exceção do setor automóvel.

O titular da Casa Branca prometeu “resolver” a questão das tarifas alfandegárias norte-americanas aplicadas sobre o aço (25%) e o alumínio (10%) de proveniência europeia, taxas essas aplicadas desde 01 de junho do ano passado e que deterioraram as relações comerciais entre Washington e Bruxelas.

Falando na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, também hoje em Bruxelas, o porta-voz da área do Comércio, Daniel Rosário, disse que, relativamente à eliminação das tarifas sobre produtos industriais, “os dois lados estão a dar passos para iniciar as negociações”, sendo que só aí serão acordados os artigos abrangidos.

Já quanto à outra parte da proposta, a da “cooperação regulatória”, o responsável explicou que “a ideia é tornar mais fácil para as companhias que os produtos cumpram requisitos técnicos em ambos os continentes”, em áreas como a dos medicamentos e da cibersegurança.

Questionado quanto a prazos, Daniel Rosário escusou-se a apontar uma data, indicando que agora “está do lado do Conselho da União Europeia”, que terá de dar aval à proposta.

 

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