As ações da BYD estiveram em alta na negociação na terça-feira na bolsa de Hong Kong, impulsionadas pela nova tecnologia para carregar carros elétricos muito rapidamente. A cotada subiu quase 6% na abertura e atingiu um recorde durante a negociação.
Fechou a valorizar mais de 4%, para 401 dólares de Hong Kong (mais de 47 euros), avaliando-se em 1,23 biliões de dólares de Hong Kong (144 mil milhões de euros), mais do que a Volkswagen, Ford e General Motors em conjunto (141 mil milhões de euros, na tarde de terça-feira).
A cotada já valorizou mais de 85% no espaço de um ano, fruto do seu avanço imparável para disputar a liderança mundial do mercado de veículos elétricos com a Tesla de Elon Musk (com a vantagem de também vender veículos híbridos; a marca norte-americana não vende).
O novo sistema é capaz de atestar 400 km em 5 minutos, segundo os testes realizados no novo modelo Han L, que chega ao mercado em abril. Isto significa que o tempo de carregamento de um carro elétrico fica mais próximo do carregamento de um carro térmico.
“Acreditamos que isto é outro sinal de que a BYD está a passar por uma mudança estratégica. Em vez de competir pelo preço, design ou novos nichos, parece que a BYD está a tentar escalar novas tecnologias para diferenciar-se num mercado altamente competitivo”, disse o analista Eugene Hsiao, da Macquarie Capital, citado pela “Bloomberg”.
“Ao focar-se num dos principais obstáculos para a adoção de um veículo elétrico, a empresa está a oferecer aos seus clientes um caminho mais claro para trocarem veículos térmicos por elétricos”, acrescentou.
A empresa, que conta com Warren Buffett entre os seus acionistas, também anunciou que vai construir mais de 4 mil estações de carregamento na China para servir o novo modelo.
Em termos de concorrentes diretos, a BYD supera os tempos de carregamento do Supercharger da Tesla: 275 km em 15 minutos. No entanto, a marca de Elon Musk conta com uma rede de 65 mil destes carregadores em todo o mundo.
A BYD fica assim a liderar o carregamento mais rápido, batendo a Li Auto (500 km em 12 minutos), Mercedes-Benz (325 km em 10 minutos) e a Tesla (275 km em 15 minutos).
As vendas da BYD dispararam mais de 160% em fevereiro em todo o mundo, sendo a marca mais vendida na China, com uma quota de 15% no maior mercado mundial.
Ao mesmo tempo, as vendas da Tesla têm recuado nos principais mercados mundiais: queda de 11% em janeiro nos EUA, afundaram 49% na China em fevereiro e 50% na Europa no mês passado.
Os analistas já não têm dúvidas em apontar o impacto negativo da atividade política de Musk sobre a marca. “A Tesla está a tornar-se um símbolo da política de Trump e do DOGE, e isso é mau para a marca”, disse à “AP” o analista Dan Ives, da Wedbush Securities. “Está a prejudicar”.
Elon Musk chegou a apontar, no ano passado, para um crescimento das vendas de 20%/30% este ano, mas, entretanto, deixou de fazer referência ao valor. “Os analistas e investidores assumiram corretamente que isso significa que a meta já não está em cima da mesa”, disse Gene Munster, da Deepwater Asset Management, à “CNN”. “Os investidores estão à espera para ver como vão ser as vendas este ano”.
A BYD também lançou recentemente o God’s Eye (olho de Deus), uma tecnologia para a condução autónoma que vai instalar nos seus novos modelos.
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