Entre cortes de produção e aumentos pontuais das quantidades de barris de petróleo colocadas no mercado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem mostrado ao mundo que a sua gestão mensal do mercado petrolífero tem concretizado os objetivos propostos para 2021. Ou seja: a OPEP tem conseguido recuperar as cotações internacionais das principais ramas petrolíferas, com o cabaz de referência diário da OPEP a ser cotado a 68,20 dólares por barril no final de maio, precisamente no dia em que realizou a 52ª Reunião do Joint Technical Commitee da OPEP, que hoje começou às 13h00 de Viena de Áustria.
Ontem, 30 de maio, a cotação do cabaz de petróleos da OPEP foi de 67,32 dólares por barril, o que significa que este cabaz petrolífero registou uma valorização 0,88 dólares de domingo para segunda-feira. Este valor traduz o sucesso da estratégia da OPEP na estabilização de cotações, motivo suficiente para que a 52ª reunião do comité técnico da OPEP já possa aumentar ligeiramente as quantidades de petróleo que serão colocadas no mercado internacional em junho e julho de 2021.
Esta terça-feira, 1 de junho, a OPEP chega ao meio do ano de 2021 com a certeza de ter alcançado os objetivos propostos para os patamares “aceitáveis” na negociação internacional da cotação do petróleo – entre os 65 e os 70 dólares por barril -, abrindo, assim, a sua 17ª reunião dos ministros dos países da OPEP e não-OPEP, marcada para as 14h30 de Viena de Áustria, em formado de videoconferência.
A abertura é efetuada pelo príncipe saudita Abdulaziz bin Salman, ministro da Energia da Arábia Saudita, seguindo-se a intervenção do vice-primeiro ministro russo, Alexander Novak, e as palavras de acolhimento do presidente da Conferência da OPEP em 2021, o ministro dos Recursos Minerais, do Petróleo e do Gás, Diamantino Azevedo. Esta reunião terá a divulgação da 30ª Joint Ministerial Monitoring Committee (JMMC) e a apresentação do Outlook sobre o mercado petrolífero.
Note-se que na anterior reunião, a OPEP já tinha decidido aumentar “ligeiramente” o nível de produção – em 350 mil barris por dia, em maio -, admitindo ainda um aumento igual em junho e mais outros 441 mil barris diários em julho. Na reunião ministerial da OPEP+ (que integra os países da OPEP, mais 10 países aliados), tinha sido aprovado um ajustamento nos níveis de produção para maio, junho e julho, após confirmar as melhorias no mercado internacional, decorrentes da confiança proporcionada pelos programas de vacinação e pelas medidas de estímulo adotadas nas principais economias.
Mesmo assim, a anterior reunião da OPEP defendeu “prudência” da estratégia a seguir. Recorde-se, porém, que no início de março a OPEP tinha decidido manter em abril os cortes propostos na oferta petrolífera, com exceção da Rússia e do Cazaquistão, que aumentaram ligeiramente a produção.
A OPEP+, que é responsável por cerca de 60% da produção mundial de petróleo, manteve cortes no fornecimento de 6,85 milhões de barris por dia, de um total de 9,7 milhões de barris diários que acabou por retirar do mercado em maio de 2020, no que foi um dos maiores cortes de produção, realizados para travar a queda do preço do petróleo decorrente da redução drástica da procura, originada pela pandemia de Covid-19.
Assim, reequilibrada a cotação internacional do petróleo, a Arábia Saudita que, em fevereiro, reduzira a sua produção em um milhão de barris diários, deu indicações de que pretende regressar progressivamente aos seus níveis de produção habitual.
O cabaz de referência da OPEP – o designado ORB – OPEC Reference Basket of crudes – integra o Saharan Blend (da Argélia), o Girassol (de Angola), o Djeno (do Congo), o Zafiro (da Guiné Equatorial), o Rabi Light (do Gabão), o Iran Heavy (da República Islâmica do Irão), o Basra Light (do Iraque), o Kuwait Export (do Kuwait), o Es Sider (da Líbia), o Bonny Light (da Nigéria), o Arab Light (da Arábia Saudita), o Murban (dos Emirados Árabes Unidos) e o Merey (da Venezuela).
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