O CEO da Lavazza (produtor de café), Antonio Baravalle, culpa os hedge funds e os especuladores financeiros por “80%” da subida que existiu no preço do café que levou a uma “inacreditável” volatilidade e incerteza no mercado, citado pelo Financial Times.
Antonio Baravalle critica os “grandes fundos de investimento” de terem colocado o preço do café em níveis que são “totalmente insustentáveis” para a indústria e para o consumidor.
Na sexta-feira os preços do café começaram a subir depois do Estados Unidos anunciarem que pretendem impor uma tarifa de 50% às importações do Brasil, o maior produtor de café do mundo, a partir de 1 de agosto. O portal de indicadores económicos e financeiros Trading Economics dava conta que os futuros do café chegaram a subir 3,2% para se fixarem nos 2,95 dólares por libra (unidade de massa equivalente a aproximadamente 0,453592 quilogramas), contra 2,52 euros/libra na quarta-feira, antes de reduzirem os ganhos para terminarem em 2,89 dólares/libra. Os preços de futuros do café arábica têm vindo a cair de forma constante desde 28 de abril (4,12 dólares/libra), devido às notícias de melhores perspetivas de colheita no Brasil e noutros países produtores. Até agora, em 2025, o preço mais alto do café foi registado em 13 de fevereiro (4,33 dólares/libra).
“Nós últimos quatro anos, em que os preços do café subiram muito, 80% é especulação, especialmente de hedge funds“, diz o CEO da Lavazza, citado pelo Financial Times. Antonio Baravalle referiu que fatores como más colheitas contribuíram também para o aumento do preço do café mas Antonio Baravalle voltou a reforçar que os “hedge funds realmente fizeram a diferença”.
Antonio Baravalle acrescentou que o café é um “grande mercado” mas que o mercado de futuros “é pequeno”. Devido a estas caraterísticas “uma pequeno montante de dinheiro” pode “criar um grande, grande tsunami”. O CEO da Lavazza diz ainda, citado pelo Financial Times, que o consumo de café caiu 3,5%, nos últimos dois anos, devido aos preços elevados.
Ao Financial Times, Antonio Baravalle acabou por não dar muita importância às tarifas dos Estados Unidos aos bens da União Europeia embora tenha alertado que as tarifas dos Estados Unidos aos produtores de café como por exemplo o Brasil e o Vietname seriam mutos mais “desafiantes” e poderiam levar ao aumento de preços no consumidor norte-americano. Apesar disso, Antonio Baravalle considerou que essas tarifas são “geríveis” quando comparadas com a proposta da União Europeia de banir as importações de sete commodities, incluindo o café, de serem vendidas no mercado da União Europeia se estas forem cultivadas em terras desflorestadas.
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